O presidente da Associação Profissional de Árbitros de Futebol (APAF), Luciano Gonçalves, considera a implementação do vídeoárbitro (VAR) «um sucesso» na I Liga, mas realça que é preciso alguma paciência para fazer evoluir a utilização do sistema.

«As 35 decisões revertidas até ao momento dizem-nos que é um sucesso. Está em crescimento e poderá ser ainda muito melhor. Naturalmente, é um produto que ao longo dos anos irá ser melhorado», afirma o líder dos árbitros portugueses, acrescentando: «Tempo e compreensão são as duas peças de que o VAR está a precisar».

No entender de Luciano Gonçalves, é fundamental criar condições para um ambiente mais pacífico em torno do setor da arbitragem e que essa situação vai reforçar o papel e a importância do VAR nos jogos.

«Precisa de tempo para ser mais maturado e experiência. Essas duas coisas vão fazer com que o VAR seja normal, num curto espaço de tempo será uma peça imprescindível para o futebol. O que desejamos é que a arbitragem esteja calma, que deixem a arbitragem continuar o seu caminho. Temos o mesmo objetivo: queremos um futebol melhor», afirmou.

Sobre as relações tensas entre os maiores clubes portugueses e o discurso inflamado que tem rodeado a arbitragem, Luciano Gonçalves mostra-se crente que, tal como o VAR, os dirigentes evoluam e mudem o seu comportamento e a sua atitude.

«Nos últimos tempos o futebol tem-me ensinado a preferir acreditar nas pessoas. As próprias pessoas hão-de reconhecer os erros e eu, como acredito em todos os agentes, acredito que irão mudar esta postura e teremos um campeonato mais tranquilo. Se estamos a estragar o negócio, a galinha dos ovos de ouro que é o futebol profissional, estamos a dar cabo daquilo que é a nossa paixão», sublinha.

Um embate entre grandes acaba sempre por concentrar demasiadas atenções em redor do árbitro e de todo o setor da arbitragem. Às portas de mais um clássico entre FC Porto e Sporting, agendado para hoje à noite, às 20:15, o presidente da APAF deseja apenas um encontro sem casos ou polémicas.

«Desejo que o jogo FC Porto-Sporting seja como um Tondela-Arouca, em que as coisas corram de forma tranquila e a arbitragem possa acertar todas as decisões», finaliza.