João Capela confessa que já não imagina o futebol sem vídeo-árbitro, admitindo que teve dificuldades no processo de introdução do VAR na Liga portuguesa.

«A maior dificuldade para a arbitragem foi mudar rotinas; no meu caso, 20 anos. Esta rotina de arbitrar sem o sistema levou quase a uma formação ‘on job'; tivemos pouco tempo, mas só a prática é que nos faz crescer», disse durante a conferência ‘Vídeo-Árbitro (VAR): A tecnologia ao serviço da verdade desportiva?’ realizada numa escola em Lisboa.

Ainda assim, apesar de também ter dito que houve pouco tempo de formação, o árbitro internacional deixou claro: «O VAR veio trazer mais verdade às nossas decisões. Não vejo o futuro do futebol sem o VAR.»

Para João Capela o VAR é uma «nova forma de atuar que requer preparação mental e gestão emocional» distintas do habitual, mas referiu que o elemento humano e de interpretação permanecem fundamentais.

«Temos de ter outro tipo de trabalho para competir com as 40 câmaras, e vamos sempre perder. O International Board não quer tirar autonomia à equipa de arbitragem, porque senão deixa de ser necessário um ser humano em campo. Se eu for um ‘joystick' vai perder-se a essência do futebol.»