Jorge Larrionda, o árbitro que ficou tristemente famoso por não validar o golo de Frank Lampard no jogo Inglaterra-Alemanha do Mundial 2010, está aliviado com a introdução da tecnologia de baliza, que vai ser oficialmente testada em competições da FIFA.

O juiz uruguaio admite agora que passou por um «momento difícil» depois daquela decisão. «O que sentimos na altura foi muito duro, mesmo», revelou em Zurique, citado pela CNN, recordando o lance que ditou o fim da sua prestação no Mundial.

Larrionda, que trabalha com a FIFA junto dos árbitros de elite, congratula-se no entanto por aquele erro ter aberto caminho a uma mudança e mostra-se favorável à tecnologia de baliza. «É para bem do desporto. Trata-se de proteger o jogo e ter futebol credível», defende.

O Mundial de clubes, em Dezembro, será a primeira competição oficial a testar os sistemas adotados pela FIFA: o britânico Hawk-Eye, que usa câmaras múltiplas para seguir a bola, e o Goal Ref, um sistema germano-dinamarquês, que recorre a sensores magnéticos na baliza para monitorizar uma bola especial.

«Vamos ter uma câmara a ver se é golo ou não. Vamos ver o que acontece no Mundial de clubes», diz Massimo Busacca, responsável da FIFA pelos árbitros, que falou após o primeiro seminário de juízes de preparação para o Mundial 2014, no qual esteve o português Pedro Proença.

O encontro deixou também perceber que, se em relação à tecnologia foi satisfeito um dos desejos de Joseph Blatter, presidente da FIFA, que defendeu mudanças logo após o caso de Lampard, quanto ao profissionalismo dos árbitros isso não aconteceu. Blatter tinha dito que queria apenas árbitros profissionais no Mundial 2014, mas a esmagadora maioria dos juízes presentes neste primeiro seminário ainda não faz da arbitragem a sua atividade principal.