O Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), pela voz da vogal Ana Raquel Brochado, fez esta terça-feira um balanço positivo das atuações dos árbitros e da conduta dos agentes desportivos, sublinhando haver margem para melhorar.

No dia em que o diretor-geral do FC Porto, Luís Gonçalves, em entrevista ao Jornal de Notícias, se queixou de oito grandes penalidades por assinalar a favor da equipa de Nuno Espírito Santo nas primeiras nove jornadas da Liga, Ana Raquel Brochado disse à agência Lusa que, «de uma forma geral, o CA está satisfeito com o nível global das atuações das equipas de arbitragem e com o comportamento dos agentes desportivos, embora, de acordo com o acompanhamento atento que faz dos jogos e do dia-a-dia do futebol português, reconheça que existe espaço para melhorar».

«A construção de um clima positivo em redor das equipas de arbitragem – antes, durante e depois dos jogos – é um fator crítico de sucesso para a arbitragem e para o futebol português», acrescentou a porta-voz do CA.

Ana Raquel Brochado afirmou ainda que «uma das preocupações fundamentais do CA é a uniformização de critérios, de forma a garantir que em lances semelhantes as decisões dos árbitros são uniformes», algo para o órgão de arbitragem olha «como um desafio permanente».

«Durante este período inicial da época foi realizada uma ação conjunta com todos os árbitros e foram enviadas a todos os elementos das equipas de arbitragem quatro documentos de reflexão e aprendizagem sobre aspetos específicos da aplicação das leis do jogo», afirmou.

Sobre a nomeação, revelada esta terça-feira, de Artur Soares Dias para o clássico da 10ª jornada I Liga entre FC Porto e Benfica, disse que se insere nos critérios definidos desde o início de época. «É internacional, experiente, foi o primeiro classificado na época passada e os jogos realizados em Portugal e nas competições europeias garantem ao CA que se encontra em momento de forma que suporta esta opção», frisou.

A propósito dos critérios utilizados, disse que «nas nove primeiras jornadas seguiu-se o princípio de nomear árbitros internacionais e bem classificados na época passada para os jogos com maior grau de dificuldade», sublinhando que «os clubes que ocupam os cinco primeiros lugares na tabela tiveram, nas nove primeiras jornadas da Liga, pelo menos seis juízes internacionais».

«Outro dos aspetos tidos em conta pelo CA tem sido a diversidade. Nas primeiras dez jornadas, os clubes nos cinco primeiros lugares da classificação tiveram pelo menos oito árbitros diferentes», acrescentou.

Ana Raquel Brochado afirmou que a confiança do CA nos árbitros saiu reforçada após as primeiras nove jornadas e apontou como desafios imediatos «continuar a trabalhar para melhorar o nível global das arbitragens, reforçar as relações de proximidade com todos os agentes desportivos e garantir que os árbitros mais jovens crescem de forma correta e equilibrada, alargando o leque de opções do CA para todos os jogos das competições profissionais, assegurando assim o futuro do setor em Portugal».