O talento que Diego Armando Maradona tinha enquanto jogador é proporcional à capacidade actual para criar polémica. O «doping» volta à conversa, com «El Pibe» a admitir que a selecção argentina utilizou substâncias ilegais para chegar ao Mundial de 1994.

«No playoff, com a Austrália, disseram-nos que não ia haver controlo antidoping. E pronto, punham algo no café e corrias mais. É preciso ser idiota para aceitar que te façam dez controlos antes e depois, no jogo que decide a qualificação, não teres. Havia ali coisa, e o Grondona (presidente da federação argentina) sabia», disse Maradona, no programa «El show del fútbol».

Afastado do comando da selecção argentina após o Mundial 2010, Maradona não perde uma oportunidade para contestar o líder federativo: «Se ficasse cara a cara com Grondona, dizia-lhe que me traiu. Não cumpriu nada do que me prometeu, durante toda a minha passagem pela selecção. Primeiro a desculpa era o Mancuso, depois este, depois o outro, depois o Signori, e acabei por sair eu. Correu com aquele que chegou a dizer que o tinha metido na FIFA.»

Questionado sobre o afastamento de Tévez da equipa nacional, «El Pibe» rejeita a ideia de que tenha algo a ver consigo: «Não é por defender-me. Foi castigado por não ter apresentado o exame ou o parecer do médico do Man City antes do jogo com o Brasil.»

Maradona confirmou ainda que faltam apenas discutir algumas cláusulas para que assine um contrato de dois anos com o Al Wasl, mas deixa uma promessa: «Estou cada vez mais convencido de que tenho de estar à frente dos jogadores e dos técnicos deste país. Tirando Mourinho e Guardiola, todos os domingos sai um treinador, e não pode ser. Vou para o Dubai mas volto quando precisarem de mim.»