Lionel Messi deu uma longa entrevista ao jornal argentino Ole, em que fala desde os tempos de infância, até ao momento atual da carreira.

As primeiras recordações de jogos são em família, com os irmãos e primos mais velhos. «Com quatro ou cinco anos já andava com a bola. Desde que comecei a andar», começou por contar.

Messi recordou também que, um dia, faltava um jogador numa equipa de miúdos que seriam um ano mais velhos. «A minha avó começou a dizer ao treinador: “Mete este”. E ele respondeu: “Não vou meter esse. Olha como é pequenino. Estás louca, vão magoá-lo”. Mas ela insistiu, eu entrei, e fiz umas coisas. Depois o treinador disse à minha avó: “Compra-lhe umas chuteiras que na próxima semana ponho-o a treinar”. E começou assim.»

«Foi uma época espetacular porque a família ia sempre aos finais de semana, passávamos o fim de semana inteiro no clube. Uma época muito linda da minha infância», recordou.

Mas aos 13 anos, Messi partiu para Barcelona. «A verdade é que tomar essa decisão foi ... foi difícil, mas ao mesmo tempo foi rápido. Eu nem hesitei, sem pensar. Porque não entendia bem o que significava deixar meu país, o meu povo, os meus amigos e começar outra vida noutro lugar, tão longe. E no início foi difícil. Foi difícil porque quando eu cheguei não pude jogar por causa de uma questão burocrática, depois lesionei-me. Estive quase um ano sem jogar. Treinava, mas não era a mesma coisa», contou.

«Cada vez que voltava a Rosario chorava. Queria ficar, mas, ao mesmo tempo, queria voltar para continuar a jogar. Foi difícil deixar tudo que tinha, sabia que demoraria pelo menos seis meses para voltar. Também perdi muitos amigos, a comunicação era muito difícil. Hoje qualquer menino de 13 ou 14 anos tem telemóvel, mas naquela altura não. Era por correio ou telefone. Deixei de falar com muitas pessoas por causa da distância», lembrou ainda.

O jogador argentino, que já foi dispensado pelo Barcelona para poder descansar para a Copa América, diz que está, tal como o resto do grupo, «ansioso e entusiasmado» para a competição.

«Há muito tempo que não nos juntamos também por causa do vírus e isso ainda dá mais vontade de estarmos juntos. É uma competição especial, diferente, pelo fato de que certamente não haverá publico. Mas, mesmo assim, pessoalmente, quero muito estar lá novamente», garantiu.

O jogador argentino falou também sobre o entusiasmo quando venceu a Taça do Rei deste ano. «Sempre que jogo, jogo para vencer e tento atingir todos os objetivos. Conseguir títulos. A verdade é que a última Taça de Espanha foi especial para o momento em que estávamos também, o clube vinha de um par de anos em que as coisas não estavam a correr pelo melhor em termos de resultados e títulos. Temos um balneário muito jovem, com muita gente, e gente nova e ganhar a Taça foi um ponto de viragem, muito importante. E, além disso, pessoalmente gosto de ganhar e conquistar títulos. E quanto mais, melhor», frisou.

Messi, que tem uma impressionante coleção de camisolas, revela um arrependimento: «Lamento não ter pedido camisolas a jogadores que defrontei quando era miúdo, quando estava a começar. Como a do Ronaldo [brasileiro], a do Roberto Carlos... Ainda me faltam as de alguns deles, mas já tenho a maioria.»