José Shaffer foi uma das contratações do Benfica sob o reinado de Jorge Jesus, mas não teve uma longa passagem pela Luz: ao fim de seis jogos, acabou por sair dos encarnados, primeiro por empréstimo e depois em definitivo.
Já aposentado do futebol, o argentino criou recentemente um clube com carácter social, o La Academia FC. Juntamente com um amigo, Shaffer trata da gestão do mesmo, chegando mesmo a lavar roupa, por exemplo. O antigo lateral falou dessa diferença de dois mundos.
«Tive sempre a humildade de quem começa por baixo. Joguei em clubes grandes, que me fizeram sentir grande. Tive a oportunidade de marcar Ronaldinho [no Benfica], depois joguei na segunda divisão, e agora volto a colocar as mãos na massa. Lavar a roupa depois dos jogos, ver todos os jogos….à chuva e ao frio. Mas vou estar ao lado dos jogadores e dos pais, preparar a roupa para o dia seguinte, tratar das bolas. Temos de manter a humildade. Mostro às pessoas que, apesar de onde estive, trabalho como eles.»
«Foi um sonho ter jogado contra o Ronaldinho. Estava no banco e em vez de olhar para o jogo fiquei a olhar para o banco do Milan, onde ele estava. Por mais que me fizesse dez túneis, queria aproximar-me para a foto. Tenho uma foto a marcá-lo, foi um sonho cumprido», prosseguiu.
Shaffer recordou depois a passagem pelos encarnados: «Fiquei contente quando chegou a possibilidade de ir para a Europa. Quando cheguei o Benfica tinha grandes jogadores, receberam-me da melhor maneira e fizeram-me sentir parte da equipa. Isso foi muito positivo para a minha vida.»