O treinador do Arouca, Armando Evangelista, em declarações após a derrota frente ao Vizela (4-1), em jogo da 14.ª jornada da Liga:

[Pior primeira parte da carreira?] «Era capaz de dizer que sim. Foi má, não há que esconder. Parecem-me erros de mais para o exigido numa I Liga, apesar de reconhecer também que o Vizela aproveitou cada erro que cometemos com uma eficácia tremenda. São lances de evitar, fomos nós que oferecemos a vantagem dilatada com que o Vizela chegou ao intervalo. Se o primeiro golo é um remate defensável, o segundo foi na própria baliza, o terceiro uma saída de bola com precipitada e o quarto um penálti infantil.

Na segunda parte conseguimos lavar a cara, cometendo riscos. Tivemos de refazer tudo o que pretendíamos para o jogo, mas houve uma reposta. Se não fiquei contente com a primeira parte, gostei da coragem que demonstrámos na segunda. Isso é de louvar porque, cometendo riscos, fomos solidários, procurámos lavar a cara e dar outra imagem. Vamos agarrar-nos a isso, porque temos um jogo a seguir. Há que recuperar estes jogadores em termos anímicos. Estes jogadores têm tido bons desempenhos, têm lutado até à exaustão, e têm de demonstrar que têm capacidade de disputar os pontos em todos os jogos desta liga. Há que seguir em frente. Este jogo valeu três pontos. Não era o que queríamos fazer em nossa casa, onde temos conseguido amealhar pontos, mas há que continuar, porque o campeonato não acabou. Levantar a cabeça e seguir em frente.

[Palestra ao intervalo] Chegando ao intervalo com um desvantagem destas, tínhamos de mostrar outra cara e o real valor que a equipa tem. Não quis transmitir ainda mais insegurança aos jogadores ou fazê-los sentir como os únicos responsáveis, porque não o são, somos todos. Fizemos as alterações ao intervalo porque quisemos mostrar que podíamos correr atrás do resultado. Os jogadores uniram-se, foram solidários e há que louvar essa atitude.

[Nível das equipas que subiram] Posso falar pelo Arouca. Não somos o clube mais rico desta Liga e havia a necessidade, face aos jogadores que tínhamos, de rentabilizar e procurar criar um grupo muito forte e tirar dividendos disso. Óbvio que tivemos de acrescentar elementos novos, que nos pudessem dar algo mais ao que tínhamos. Depois é o rigor que exige gerir plantéis e homens que, grande parte deles, chegam pela primeira vez à I Liga. Fazê-los acreditar que é possível e que a oportunidade deles está aqui. A grande força do Arouca tem de ser o conjunto, e vai continuar a sê-lo. Só assim conseguimos fazer até esta jornada 13 pontos. Foi grande parte deste plantel que nos trouxe à I Liga. Não é por terem 45 minutos maus de mais que vão deixar de ter caráter. São fases, que os vão fazer crescer. O processo evolutivo é esse mesmo: tentativa, erro, evolução. Temos de aprender com os erros que cometemos. Este campeonato é extremamente difícil e estamos preparados para isso mesmo. Os jogadores sabem que não é fácil, mas temos de olhar em frente e continuar.»