Barcelona e Arsenal partem para a segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões com dois golos de desvantagem e, segundo as estatísticas da UEFA, só por quatro vezes na história competição uma equipa conseguiu vencer uma eliminatória depois de ter perdido o primeiro jogo por uma margem de dois ou mais golos.

Recorde essas reviravoltas:

AC Milan-Deportivo da Corunha: Quartos-de-final de 2003/04

O sonho do Depor parecia ter caído por terra quando perdeu por 4-1 com o AC Milan, na primeira mão dos quartos-de-final, mas os espanhóis conseguiram uma sensacional reviravolta na Galiza.

A equipa espanhola chegou ao intervalo do segundo jogo já em vantagem na eliminatória, com Pandiani, Juan Carlos Valerón e Alberto Luque a levarem o marcador até aos 3-0, mas o suplente Fran González aumentou a surpresa quando fez o 4-0 aos 76 minutos.

Os galegos seguiram em frente com um total de 5-4, tornando-se na primeira equipa a conseguir anular uma desvantagem de três golos numa eliminatória da competição.

Real Madrid-Monaco FC: Quartos-de-final de 2003/04

O Real Madrid CF era favorito a passar às meias-finais pela quarta época consecutiva ao vencer por 4-2 na primeira mão. Mas o treinador Didier Deschamps não estava disposto a baixar os braços antes da segunda mão, afirmando: «Se eu pensasse que estava derrotado, mais valia ficar em casa».

Ainda assim, os franceses chegaram ao intervalo do segundo jogo a perder por 1-0, mas Ludovic Giuly empatou. Morientes, emprestado pelo Real Madrid, fez o segundo golo dos anfitriões de cabeça e Giuly bisou para elevar para 3-1.

No final, um empate 5-5, com vantagem para os franceses que marcaram dois golos fora.

Napoles-Chelsea: Oitavos-de-final de 2011/12

O último jogo europeu de André Villas-Boas no comando do Chelsea terminou com uma derrota em Nápoles por 3-1. Juan Mata ainda deu vantagem aos visitantes, mas Ezequiel Lavezzi bisou e Edinson Cavani também contribuiu com um golo para deixar os ingleses perto da eliminação. «Há uma grande possibilidade de este golo marcado fora nos permitir dar a volta à eliminatória», vaticinou Villas-Boas.

Na segunda mão, o treinador português já tinha sido substituído por Roberto Di Matteo e os golos de Didier Drogba, John Terry e Frank Lampard levaram o jogo para prolongamento, com Branislav Ivanović a consumar a eliminação dos italianos aos 105 minutos. «Já vivi noites memoráveis, mas este jogo deve ficar na história do clube», afirmou Di Matteo.

Chelsea-Barcelona: Quartos-de-final de 1999/00

Os londrinos venceram a primeira mão em Stamford Bridge, por 3-1, ficando em posição privilegiada para atingirem as meias-finais. Mas o Barcelona deu a volta na segunda mão, num jogo que obrigou a prolongamento.

Ao intervalo, o Barça vencia com 2-0 (um dos golos marcados por Figo) e já estava em vantagem na eliminatória, em virtude do maior número de golos marcados fora. Flo reduziu para 2-1 e os londrinos estiveram a sete minutos de vencer a eliminatória, mas Dani García fez um golo que levou o jogo para prolongamento.

Uma grande penalidade de Rivaldo e um golo de Patrick Kluivert foram fatais para o Chelsea nos 30 minutos suplementares. Luís Figo concluiu: «Naquele dia fizemos um jogo perfeito».

Barcelona e Arsenal esperam agora protagonizar uma destas reviravoltas, que lhes permitam chegar aos quartos-de-final da Liga dos Campeões.