7- Bolívia-Argentina, 6-1 (Apuramento para o Mundial 2010)
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Onde: La Paz (Hernando Siles), Bolívia
Resumo: O divino Maradona tinha assumido o cargo de seleccionador cinco meses antes. Três vitórias claras tinham reforçado a ideia de que o seu carisma e a qualidade dos jogadores eram suficientes para montar uma grande equipa. Afinal não era: na altitude de La Paz, um pormenor desprezado por Maradona e o seu staff, a Argentina andou perdida em campo durante 90 minutos e saiu vergada à pior goleada dos últimos 50 anos, perante uma das mais fracas selecções da América do Sul.
Consequências: Apesar de a qualificação argentina não ter ficado em risco, a aura de Maradona sofreu um rombo de dimensões imprevisíveis, agravado por nova derrota humilhante com o Equador, dois meses mais tarde. A Bolívia continuou na cauda da tabela, mas o seu seleccionador, Erwin Sanchez, deve ter revisto vezes sem conta o DVD da tarde em que deu baile a Maradona.
8- Camarões-Argentina, 1-0 (Campeonato do Mundo, 1990)
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Onde: Milão (San Siro), Itália
Resumo: Mesmo com todo o estádio a torcer pelos africanos - Maradona tinha, nessa altura, virado toda a Itália contra ele, à excepção de Nápoles - ninguém acreditava que a Argentina, campeã mundial em título, pudesse ser minimamente embaraçada por uma selecção veteraníssima, composta por emigrantes em equipas de segundo plano europeu - e até um reformado, Roger Milla, que aos 38 anos decidira voltar à actividade para jogar o seu segundo Mundial. O jogo foi estranho, com dois camaroneses expulsos e a Argentina a criar ocasiões suficientes para uma vitória tranquila. Mas quando Oman-Biyik foi ao terceiro andar, para uma cabeçada fraca, que o guarda-redes Pumpido deixou fugir por entre as pernas, começou a perceber-se melhor que, no caso dos Camarões, o termo magia negra não era apenas uma figura de estilo.
Consequências: Maradona, com uma perna em obras, encheu-se de brios e levou uma das piores selecções argentinas de que há memória à final da competição. Os Camarões, com um futebol ingénuo, alegre e sedutor, foram eliminados nos quartos-de-final, pela Inglaterra, depois de Roger Milla ter demonstrado ao Mundo que talento e feitiçaria são duas armas muito poderosas quando utilizadas em conjunto. E o futebol africano passou a ser levado a sério, definitivamente...
9- Senegal-França, 1-0 (Campeonato do Mundo, 2002)
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Onde: Seul, Coreia do Sul
Resumo: Doze anos depois de os Camarões terem mostrado o caminho, a História repetiu-se: o Senegal, estreante em Mundiais, batia o pé a uma selecção francesa que defendia o título conquistado em casa, quatro anos antes. A ausência de Zidane, lesionado, não explicava tudo: Hadji Diouf, Diop e um guarda-redes com o improvável nome de Tony Silva começavam a pôr a nu a falência colectiva de um gigante com pés de barro.

Consequências: A França foi eliminada na primeira fase, sem marcar qualquer golo, assinando a pior defesa do título da história dos campeões do Mundo. Quatro anos depois, Zidane ainda voltaria à mó de cima, conduzindo a equipa à final de Berlim. Mas a passagem do detestável Raymond Domenech para o cargo de seleccionador, em 2004, foi o pior de tudo. O Senegal foi eliminado pela Suécia, nos oitavos, e não voltou a fazer história.