10- Argélia-R.F.A., 2-1 (Campeonato do Mundo, 1982)
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Onde: Gíjon (El Molinon), Espanha
Resumo: Os alemães, como sempre, não mediram as declarações arrogantes antes da sua estreia no Mundial. Desvalorizando os magrebinos, o seleccionador Jupp Derwall garantiu que se a sua equipa não ganhasse à Argélia tinha a obrigação de fazer as malas e ir para casa. Os voos para Munique deviam estar esgotados, porque a R.F.A., campeã europeia em título, continuou em prova, mesmo depois de levar um colossal banho de bola dos argelinos. Merzekane, Assad, Belloumi e Madjer (os autores dos dois golos, na segunda parte) deram-se a conhecer ao mundo com uma exibição inesquecível. E só por pudor não chegaram à goleada...
Consequências: Madjer tomou-lhe o gosto: cinco anos depois voltaria a fazer a vida negra aos alemães, com um célebre golo de calcanhar, em Viena. A Alemanha cumpriu a sua sina: concentrou os ódios de todos os adeptos ao qualificar-se, em detrimento da Argélia, graças a uma vitória vergonhosa (1-0, num jogo de não-agressão, em que o resultado servia aos dois) sobre a Áustria.
11- Argentina-Colômbia, 0-5 (Qualificação para o Mundial, 1993)
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Onde: Buenos Aires (Monumental), Argentina
Resumo: Perante 80 mil espectadores, uma selecção argentina em crise tinha em risco a qualificação para o Mundial. Do outro lado, uma Colômbia confiante e atrevida, contava com Rincón, Asprilla, Valderrama e companhia para estragar os planos ao adversário. 1, 2, 3, 5... Os golos sucederam-se sem que alguém conseguisse explicar o que se passava em campo - diz quem viu que a Argentina teve sempre o aparente domínio de jogo. Maradona, na sua autobiografia, revela ter vivido, nas bancadas, um dos momentos mais humilhantes da sua vida - o que não terão sentido os jogadores, triturados pelo público e pela imprensa, no dia seguinte à «Vergonha do Monumental». Surpreendentemente, o treinador Alfio Basile não foi despedido...
Consequências: A selecção colombiana ganhou estatuto de potência mundial - algo que se revelou um dos maiores bluffs de sempre. A Argentina recorreu à receita habitual desse tempo: pediu a Maradona para voltar a calçar as botas e qualificou-se para o Mundial, iluminada pelo talento do pelusa. A história acabou mal, como se lembram...
12- Espanha-Estados Unidos, 0-2 (Taça das Confederações 2009)
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Onde: Bloemfontein (Free State Stadium), África do Sul
Resumo: Dois anos e meio e 35 jogos de invencibilidade, um recorde partilhado com o Brasil, faziam da Espanha, campeã europeia, a melhor selecção da actualidade. A perspectiva de uma final com o escrete, no aperitivo para o Mundial-2010, era aliciante para todos, a começar pela FIFA. Os Estados Unidos, apurados à tangente para as meias-finais, faziam figura de parceiro de treino, mas o filme começou a mudar com um golo de Altidore, aos 27 minutos. A reacção espanhola foi firme, mas os norte-americanos defenderam como nunca, apoiando-se na noite inspirada do guarda-redes Howard. O golo de Dempsey, a 15 minutos do fim, consumou o escândalo e pôs fim à aura da armada invencível.
Consequências: Ainda é cedo para saber...