13- Honduras-Brasil, 2-0 (Copa América, 2001)

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Onde: Manizales (Palogrande), Colômbia

Resumo: Em Julho de 2001, o Brasil estava em crise. Luiz Felipe Scolari era o nome mais recente num rodízio de seleccionadores e, pela primeira vez, a equipa corria o risco de falhar o apuramento para o Mundial. A presença na Copa América era a oportunidade de Scolari restaurar a confiança do grupo, tanto mais que a rival Argentina brilhava pela ausência, forçando a organização a convidar Costa Rica e Honduras para compor os grupos. O apuramento dos hondurenhos para os quartos-de-final já tinha sido uma sensação. A vitória sobre o escrete, nos quartos, foi um escândalo que chegou a ameaçar a permanência de Felipão no cargo, um mês depois de lá ter chegado.

Consequências: Scolari e o Brasil emendaram a mão, garantiram in extremis a presença no Mundial e só pararam, um ano depois, erguendo o caneco em Yokohama, graças à tripla Ro-Ro-Ri (Ronaldo, Ronaldinho e Rivaldo). Nas Honduras, até hoje ninguém sabe explicar o que aconteceu nessa noite.

14- R.F.A.-R.D.A., 0-1 (Campeonato do Mundo de 1974)

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Onde: Hamburgo (Volksparkstadion), R.F.A.

Resumo: Em plena Guerra Fria, o primeiro confronto entre os irmãos inimigos

estava cheio de conotações políticas. A R.F.A., campeã europeia em título, tinha tudo a seu favor, do público à qualidade dos jogadores. As vitórias fáceis sobre a Austrália e o Chile, na primeira fase, mais acentuavam a confiança reinante. A R.D.A., para além de campeões de atletismo, natação, patinagem e da invenção do Trabant, não tinha recomendações particulares, para além da surpreendente vitória do Magdeburgo na Taça das Taças desse ano. Por questões de segurança, o jogo foi seguido por uma equipa de atiradores de elite, colocados em pontos estratégicos do estádio. Mas nem eles conseguiram evitar que Sparwasser marcasse um golo fantástico, que deixou em frangalhos o orgulho do bloco ocidental - Henry Kissinger incluído.

Consequências: Quinze anos depois o muro de Berlim caiu, a R.D.A. foi absorvida e nunca mais se falou nisso...

15- Alemanha-Dinamarca, 0-2 (Europeu, 1992)

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Onde: Gotemburgo (Nya Ullevi), Suécia

Resumo: A guerra nos Balcãs e as sanções à Jugoslávia ditaram uma alteração de última hora na fase final do Europeu, com a Dinamarca a ser repescada sobre a hora para substituir Savicevic e companhia. Sem pressão e sem o seu melhor jogador, Michael Laudrup, em conflito com o técnico, os dinamarqueses deram um pulinho à Suécia para fazer o melhor possível. O apuramento para as meias-finais, perante a França de Cantona, Ginola e companhia, fê-los acreditar que nada era impossível. Até afastar a campeã europeia Holanda, de Van Basten e Gullit. Depois disso, a final com a Alemanha foi jogada na condição invejável de outsider com tudo a ganhar e nada a perder. Os golos de Jensen e Vilfort e as proezas de Schmeichel na baliza fizeram o resto.

Consequências: A Alemanha nunca mais foi a mesma. A Dinamarca nunca mais conseguiu repetir a dose certa de qualidade e inconsciência desse Verão. E o Europeu passou a ser território aberto a qualquer um, como a Grécia nos demonstraria, doze anos depois.