Afinal quem é o favorito? A revelação imbatível At. Madrid? Ou o mais experiente, mas também já mais gasto e ainda não (totalmente) renovado Chelsea (já não o mesmo de antes, mas também ainda não o próximo que Mourinho pretende)? Em Madrid, ainda nesta segunda-feira, os homens do Atlético garantiam que eram a equipa que corre por fora – e que eliminou o Barcelona, também acrescentavam eles.

Quando «colchoneros» e «blues» jogarem no Vicente Calderón, em Madrid, a partir das 19:45 já se vai saber alguma coisa... Joga-se a primeira mão de uma das meias-finais da Liga dos Campeões. E este é já um dos jogos mais aguardados da época. Ganha a revelação? Ou o Chelsea vai dar a volta à única equipa que ainda não perdeu um jogo nas competições europeias?

É verdade. O At.Madrid ganhou oito jogos e empatou dois até chegar aqui (com apenas cinco golos sofridos). E ganhou os cinco jogos disputados no seu estádio. É a raça de Simeone posta em prática pelos seus jogadores. Serve ainda como estatística moralizadora acrescida o facto de a equipa espanhola nunca ter perdido em casa com adversários ingleses. Mas o empate é também um resultado possível, claro. E em sete embates com ingleses a duas mãos, o Atlético ficou a perder em dois.

Entre os «colchoneros» e o Chelsea este será o terceiro confronto europeu, o primeiro a eliminar. Em 2009/10 encontraram.se na fase de grupos da Champions e os «blues» empataram em Madrid e venceram em Londres; ganhando o seu agrupamento e relegando os espanhóis para a Liga Europa – que até haveriam de ganhar. Em 2012, defrontaram-se na Supertaça Europeia e o triunfo foi para o «Atleti» com um expressivo 4-1.



As diferenças de estatuto que dão forma às previsões antes de a bola começar a rolar voltam a ser evidentes. Este Atlético com Simeone ao leme já não é nenhum principiante europeu. O argentino já levou os «colchoneros» à conquista de uma Liga Europa e à seguinte Supertaça Europeia – aquela que venceram precisamente ao Chelsea.

Mas agora está-se na Liga dos Campeões: «la crème de la crème» do futebol europeu. E o embate só terminará no segundo jogo de Stamford Bridge. E se esta é a 13ª meia-final do At. Madrid nas competições europeias, os espanhóis não o faziam na Champions há 40 anos. O Chelsea ainda tem menos total de semifinais – 12 –, mas esta é a sétima nos últimos 11 anos (em todas as competições europeias). E os «blues» lutam por estar na terceira final europeia em sete épocas.

Quando se começa a circunscrever o embate às figuras, volta-se a encontrar um abismo entre as folhas de serviço dos treinadores. A de Simeone (com metade do tempo de carreira) não envergonha ninguém, mas só José Mourinho está na sua oitava meia-final (só) da Liga dos Campeões, a quinta seguida para o treinador português já bicampeão europeu.

Questão Courtois vai ficando pacífica…

Mourinho já conta com Ramires para esta eliminatória (o brasileiro regressa após castigo cumprido frente ao PSG, em Londres), mas viu-se forçado a deixar Etoo em Inglaterra, pois o camaronês tem uma lesão no joelho. Eden Hazard também se lesionou no jogo com os franceses, mas já está entre os convocados, assim como Petr Cech. A outra baixa com que o experimentado Mourinho já contava é a do castigado Ivanovic.

No Atlético, Simeone já conta com Arda Turan (mesmo que comece no banco) e tem Diego Costa a 100 por cento. A única baixa já data de fevereiro (Javi Manquillo). Insúa, Koke, Juanfran e Gabi não podem ver um cartão amarelo para não falharem a segunda mão. No Chelsea, são David Luiz, Lampard, Obi Mikel e Willian que estão em risco.



O impedimento de Etoo deverá fazer com que Mourinho (também no seu regresso à capital espanhola) coloque Fernando Torres a jogar de início contra o clube que formou o avançado espanhol. Já aconteceu (na tal Supertaça Europeia). Mas, agora, será no Vicente Calderón, onde o público «colchonero» viu Torres tornar-se o seu mais jovem capitão de equipa, com 19 anos.

E há mais pontos de interseção entre os dois clubes do presente. Desde logo a já debatida passagem de Tiago pelo Chelsea reencontrando o seu primeiro clube fora de Portugal e o treinador que o foi buscar ao Benfica. Mourinho e Simeone também já se cruzaram com papéis distintos e em outros emblemas – e de que forma para o português. O agora treinador argentino jogava na Lazio que o FC Porto de Mourinho ultrapassou nas meias-finais da Taça UEFA ganha em 2003.

A questão «Courtois» começou a ser levantada assim que se conheceu os quatro semifinalistas (ainda antes do sorteio), mas o «caso» parece cada vez mais «pacífico». O guarda-redes belga está no Atlético por empréstimo (desde 2011) e o Chelsea não queria «deixá-lo» jogar esta meia-final. Mas a UEFA que não quer ouvir falar em «cláusulas de blindagem» e o próprio Courtois já se vê jogar esta primeira mão, como referiu em conferência de imprensa.

O belga já jogou, inclusivamente, pelo At.Madrid contra o Chelsea na Supertaça Europeia de 2012. E por falar em troféus, agora é altura de ver o primeiro embate entre os últimos dois vencedores da Liga Europa.