Bruno de Carvalho foi esta sexta-feira ouvido no Tribunal de Monsanto e admitiu que soube do que aconteceu na Madeira pela «televisão», além de corroborado a versão de Fernando Mendes acerca das conversas telefónicas.
«O Fernando Mendes nunca me tinha telefonado. Quando me liga [na noite da Madeira] estou com um bebé ao lado. O Tribunal não perguntou, mas eu tinha uma filha a morrer e quando ele me liga não podia estar a conversar», disse.
«É lógico se me há a oportunidade de ter a pessoa que tinha visto no aeroporto, já agora queria escutar. Mas não consegui, não sei se pelo facto de a pessoa estar embriagada e embriagada é ser simpático porque estaria num nível mais elevado», rcontinuou.
O ex-presidente do emblema de Alvalade assumiu ter ficado com a ideia de que existia um problema na Juventude Leonina entre Fernando Mendes e Nuno Mendes, conhecido por Mustafá, antigo e atual presidentes da maior claque do clube, respetivamente, e ambos também arguidos no processo. A liderança da claque era um dos problemas para as forças de segurança, segundo Bruno de Carvalho.
«Meses antes um spoter disse-me que para eles, forças de segurança, o Mustafá devia manter-se na liderança. Seria muito importante porque estava a preparar-se uma entrada na Academia de elementos da extrema-direita», contou.
O antigo dirigente dos leões explicou a expressão «façam o que quiserem», proferida durante uma reunião com a claque liderado por Mustafá na casinha.
«A reunião foi um pesadelo autêntico, acho que só não fui chamado de santo. Era m pessoas aos gritos e a fumar charros. É só falavam dos post. Não ouvi ninguém falar sobre a ida à Academia. Era absolutamente contra, não ouvi nada disso», vincou.
«Aquilo descambou. Se respondesse aquilo, descambava muito mais. A pessoa que me queria bater era só o Elton Camará que é uma pessoa pequenina como se sabe. Queria-me ir embora dali», acrescentou.
Bruno de Carvalho concluiu o seu depoimento lembrando o período passado na prisão.
«Estive na cadeia de dois metros por um. Dias sem tomar banho, fizeram de propósito. Nunca vou perdoar ter sido detido à frente da minha filha a ser apalpado nas cuecas à procura de droga», sublinhou.
«Durmo à porta de casa até hoje com claustrofobia quando tenho uma cama», encerrou.
Ataque Alcochete
28 fev 2020, 19:32
Bruno de Carvalho: «Durmo à porta de casa até hoje»
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