Didier Deschamps falou esta segunda-feira pela primeira vez, após os ataques terroristas em Paris. O selecionador francês admitiu que os jogadores só se aperceberam do que se estava a passar depois do apito final e que foi uma noite difícil, uma vez que também eles foram impedidos de abandonar o Estádio de França.
 
«Ouvimos as explosões, mas estávamos concentrados no jogo e não demos conta do que era. Só tivemos consciência do que se estava a passar no final do jogo, quando vimos as imagens do que tinha acontecido à volta do estádio e no centro de Paris.»
 
«Falei com o Joachim Low e falámos com a federação alemã a fim de encontrarmos uma solução viável e de segurança para todos. Saímos do estádio muito tarde. Comemos e dormimos, mas não vou mentir: foi uma noite muito grande. É difícil encontrar palavras quando se presencia um ato tão bárbaro», acrescentou.
 
Ainda assim, «depois de dois dias que nunca se esquecerão», é tempo de tentar voltar à normalidade. Por isso, o jogo com Inglaterra vai mesmo realizar-se na terça-feira: «Não há forma de voltar atrás com a decisão que tomámos no sábado de amanhã. Estamos aqui ainda com mais orgulho em representar as nossas cores e o nosso país.»
 
«Estamos orgulhosos de ser franceses e de representar o nosso país, jogando este jogo num estádio maravilhoso. Sempre considerei ser uma honra defender esta camisola e hoje a responsabilidade é ainda maior.»
 
«O desporto é um caminho para unir as pessoas. O desporto representa a união da diversidade e, como disse Diarra, o desporto não tem cores nem religião», sublinhou Deschamps, que revelou ainda o estado de espírito de Lass Diarra, que perdeu uma prima nos atentados.
 
«Partilhamos este momento com ele. Permanece tranquilo. O desejo dele e de todos é o de representar o país.»
 
Em Wembley, para lá do jogo em si, estará a homenagem às vítimas e o agradecimento a todos os que têm mostrado solidariedade: «Estamos comovidos com as mensagens de apoio de Inglaterra e de todos os países. Os ingleses são muito respeitadores e vão ajudar-nos a homenagear as vítimas.»
 
Prova disso foi também a forma como os jornalistas ingleses receberam a comitiva francesa na sala de conferência de imprensa: com um ramo de flores com as cores de França, o azul, o branco e o vermelho.