Nelson Évora deixou duras críticas ao processo de naturalização de Pedro Pablo Pichardo, atual campeão olímpico e mundial de triplo salto, que recentemente venceu também o Europeu de pista coberta também em representação de Portugal.
«Não acho justo, e vou continuar a não achar justo, como existem ‘n’ atletas que ainda estão à espera da nacionalidade. A única coisa que quero é igualdade de oportunidade», afirmou Évora em entrevista à Rádio Observador.
O antigo campeão olímpico em 2008 por Portugal salientou que o seu processo de naturalização demorou 11 anos e apontou outros exemplos daquilo que considera ser dualidade de critérios. Além disso, foi mais longe nas críticas.
«Eu fico contente que ele traga, mas isso é do interesse de quem? Quem é que lucrou com isso? Foi Portugal? Claro. O investimento foi feito a curto prazo. Foi comprado um atleta para poder ter resultados a curto prazo», afirmou Nelson Évora, acrescentando: «Se ficarmos em sexto lugar na tabela de medalhas, a realidade é que sexto lugar à frente de Espanha, de França, não espelha a saúde desportiva do atletismo, é tudo uma fachada. Tudo o que está abaixo disto é oco.»
Recorde-se que a final dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, ficou marcada por um episódio da rivalidade entre os dois saltadores, com Évora, já afastado da decisão, a dar indicações na bancada e a prestar o seu apoio a Hughes Fabrice Zango, do Burkina Faso, que viria a ganhar a medalha de bronze, com o ouro a ser arrebatado para Portugal por Pichardo.