Novak Djokovic já está a cumprir «a época com mais sucesso» da sua carreira. Ainda nesta sexta-feira o tenista sérvio o afirmou após o sorteio do ATP Finals que vai começar no domingo em Londres.

Será a melhor temporada de Djokovic e passará a constar também entre as melhores de sempre do ténis de certeza; uma certeza que, porém, é difícil de conseguir de forma absoluta no que a todas respeita dados os parâmetros habitualmente envolvidos.

Neste ano de 2015, o tenista de 28 anos já ganhou dez troféus e é o maior favorito a vencer o grande torneio de final de época. Se tal acontecer ficará com 11 vitórias – o seu máximo num ano – e elevará a percentagem de vitórias na época para 94,3% resultante de 83 triunfos e 5 derrotas (está com 78-5) – em 2011 tinha registado 70-6 (92,1%).

Agora, a junção destes parâmetros (e outros) é o que torna mais difícil julgar a melhor época de sempre. Roger Federer tem como a sua melhor época o ano de 2006 – em que, como Djokovic neste ano, ganhou três torneios do Grand Slam – e teve um registo entre vitórias e derrotas de 92-5 (com 94,8% de sucesso). E ganhou 12 torneios num ano.

Mas, aqui, envolvendo a importância dos torneios, por exemplo, as certezas ficam mais subjetivas, pois nem todos os outros que não «majors» são de igual importância. O tenista suíço ganhou em 2006 apenas quatro Masters 1000 a que juntou o ATP Finals, além dos três torneios 250 e de um 500.

Ainda antes da era Masters, já Jimmy Connors em 1974 tinha ganho três «majors» com uma percentagem de vitórias no ano de 95,8, ou John McEnroe tinha ganho dois torneios do Grand Slam e o de final de época com uma impressionante percentagem triunfante de 96,4% em 1984. Em 1969 – segundo ano da era Open –, o australiano Rod Laver fez o Grand Slam ganhando Austrália, Roland Garros, Wimbledon e EUA no mesmo ano: com 86,9% resultantes de um registo de 106-16.

A importância dos torneios disputados faz-nos regressar a este ano inigualável de Novak Djokovic porque o sérvio nos dez torneios que venceu até agora tem três «majors», seis Masters 1000 (este, sim, já um recorde) e apenas um 500. É um registo impressionante e que justifica o claro favoritismo desta parede praticamente inultrapassável nesta época e contra a qual todos já bateram muitas bolas sem efeito.

Houve alguns dos sete que já a ultrapassaram este ano: Andy Murray, Stan Wawrinka e Roger Federer (duas vezes). E, juntando a exceção de Ivo Karlovic nos quartos de final em Doha àquelas quatro finais, encontramos as cinco derrotas de Nole neste ano de 2015.

Veja-se o registo em 2015 de vitórias e finais perdidas dos oitos participantes no ATP Finals:

Novak Djokovic

Torneios ganhos
Austrália GS (A. Murray)
Indian Wells 1000 (R. Federer)
Miami 1000 (A. Murray)
Monte Carlo 1000 (T. Berdych)
Roma 1000 (R. Federer)
Wimbledon GS (R. Federer)
EUA GS (R. Federer)
Pequim 500 (R. Nadal)
Xangai 1000 (J. Tsonga)
Paris 1000 (A. Murray)

Finais perdidas
Dubai 500 (R. Federer)
Roland Garros GS (S. Wawrinka)
Montreal 1000 (A. Murray)
Cincinnati 1000 (R. Federer)

Andy Murray

Torneios ganhos
Munique 250 (P. Kohlschreiber)
Madrid 1000 (R. Nadal)
Londres 500 (K. Anderson)
Montreal 1000 (N. Djokovic)

Finais perdidas
Austrália GS (N. Djokovic)
Miami 1000 (N. Djokovic)
Paris (N. Djokovic)

Roger Federer

Torneios ganhos
Brisbane 250 (M. Raonic)
Dubai 500 (N. Djokovic)
Istambul 250 (P. Cuevas)
Halle 500 (A. Seppi)
Cincinnati 1000 (N. Djokovic)
Basileia 500 (R. Nadal)

Finais perdidas
Indian Wells 1000 (N. Djokovic)
Roma 1000 (N. Djokovic)
Wimbledon GS (N. Djokovic)
EUA GS (N. Djokovic)

Stan Wawrinka

Torneios ganhos
Chennai 250 (A. Bedene)
Roterdão 500 (T. Berdych)
Roland Garros GS (N. Djokovic)
Tóquio 500 (B. Paire)

Rafa Nadal

Torneios ganhos
Buenos Aires 250 (J. Mónaco)
Estugarda 250 (V. Troicki)
Hamburgo 500 (F. Fognini)

Finais perdidas
Madrid 1000 (A. Murray)
Pequim 500 (N. Djokovic)
Basileia 500 (R. Federer)

Tomas Berdych

Torneios ganhos
Shenzhen 250 (G. García-López)
Estocolmo 250 (J. Sock)

Finais perdidas
Doha 250 (D. Ferrer)
Roterdão 500 (S. Wawrinka)
Monte Carlo 1000 (N. Djokovic)

David Ferrer

Torneios ganhos
Doha 250 (T. Berdych)
Rio de Janeiro 500 (F. Fognini)
Acapulco 500 (K. Nishikori)
Kuala Lumpur 250 (F. López)
Viena 500 (Johnson)

Key Nishikori

Torneios ganhos
Memphis 250 (K. Anderson)
Barcelona 500 (P. Andujar)
Washington 500 (J. Isner)

Finais perdidas
Acapulco 250 (D. Ferrer)

Continuando a comparação atual entre Djokovic e os outros, o sérvio tem um confortável registo nesta época frente a todos: 6-1 contra Murray; 4-2 contra Federer; 3-1 contra Wawrinka; 3-0 contra Nadal, Berdych e Ferrer; e 1-0 contra Nishikori – a nível de confrontos totais de carreira, o sérvio já só perde para Nadal (22-23), está igualado com Federer (a 21); com os restantes é arrasador.

Como grandes atrativos ao lado do favoritismo de Djokovic em Londres está a vontade de Rafa Nadal ganhar um troféu que nunca ganhou; ou se Federer consegue ganhar o sétimo Masters de final de ano mantendo Nole longe, com quatro; ou se Murray consegue vingar-se da pesada derrota há poucos dias em Paris...

Por falar no Masters 1000 da capital francesa, Djokovic não perde um encontro em Hardcourt Indoor desde que aí foi eliminado... em 2011.

Assim ficaram distribuídos os grupos na Round Robin do ATP Finals:

Grupo Stan Smith:
(1) Novak Djokovic
(3) Roger Federer
(6) Tomas Berdych
(8) Key Nishikori

Grupo Ilie Nastase
(2) Andy Murray
(4) Stan Wawrinka
(5) Rafa Nadal
(7) David Ferrer