As imagens de Aubameyang e dos companheiros da seleção do Gabão a dormirem no chão do aeroporto de Banjul, na Gâmbia, correram mundo e geraram polémica, ao ponto de o selecionador temer que os clubes se recusem a ceder jogadores para os próximos encontros.

Recorde-se que, na véspera do jogo do grupo D de qualificação para a Taça das Nações Africanas (CAN) de 2022, a comitiva gabonesa esteve várias horas retida, impedida de entrar na Gâmbia por causa do protocolo de testes à covid-19. Foi já de madrugada que tiveram autorização e seguiram para o hotel.

«O Arsenal ligou a Pierre-Emerick. Depois de ver estas condições, acabou-se... Não o vão deixar voltar. E não será só ele, acabará por acontecer a outros jogadores», disse o selecionador Patrice Neveu à imprensa local.

«É compreensível. São jogadores de alto nível e quando vão às suas seleções devem ter um mínimo de conforto. Os jogadores tentaram dormir no chão do aeroporto. Imaginem se Aubameyang, que ganha mais de um milhão de euros por mês, se lesionasse. O Arsenal bem pode estar chateado com o que aconteceu depois de ver o seu jogador a dormir no chão», adiantou.

Mas o treinador do Arsenal, Mikel Arteta, não estava assim tão preocupado. «Obviamente que foi um choque ver uma equipa inteira a dormir no chão. Acredito que todos estavam a tentar fazer o seu melhor, que a seleção estava a tentar fazer o seu melhor, mas às vezes acontecem imprevistos.»

«Foi uma experiência. Foi o que eu lhe disse: ‘Aposto que há meses ou anos que não dormias no chão. Encara isso como uma experiência e, quando estiveres na tua cama, repara como é confortável e como tens muita sorte’», apontou o técnico em conferência de imprensa.

«Não dá para mudar o que aconteceu, para voltar atrás. Agora vamos seguir em frente e, claro, espero que da próxima vez não volte a acontecer e que os nossos jogadores tenham o descanso de que precisam», frisou.