Ficou nesta segunda-feira confirmado que Radamel Falcao não vai representar a Colômbia no Campeonato do Mundo. O avançado não recuperou totalmente da lesão sofrida no início do ano e acabou por assumir não querer «tirar o lugar a algum companheiro que estivesse a cem por cento». Este era um dos craques que estavam em dúvida para o Mundial. Juntou-se ao vasto grupo daqueles que não vamos ver no Brasil.

Ao Campeonato do Mundo só vão 23 jogadores por cada seleção. Entre os que ficam de fora há sempre algumas surpresas ou desilusões para quem vê o futebol, além de, para os próprios. As surpresas acontecem quando as opções dos selecionadores não coincidem com as opiniões dos restantes. As desilusões decorrem geralmente (como hoje ficou vincado para qualquer adepto de futebol,) de lesões que podem manter-se ou surgir nas vésperas da competição.

Foi também o que aconteceu com o mexicano Luis Montes. O médio fraturou a perna já neste sábado quando o México realizou um jogo de preparação com o Equador. E o Mundial acabou ali. Assim como aconteceu Riccardo Montollivo. O italiano também fez o seu último jogo nesta campanha no sábado, com a República da Irlanda sendo afastado também por uma fratura.

As contrariedades para Louis van Gaal aconteceram logo no início do estágio da Holanda. A Rafael van der Vaart nem foi preciso um lance em jogo para ficar de fora do Brasil: o avançado magoou-se irremediavelmente para o Mundial no estágio de preparação realizado já em Portugal.

Foi também já em estágio que a Colômbia perdeu o médio Edwin Valencia. Mas a pior notícia para José Pekerman foi a já adiantada, neste dia da confirmação dos 23 definitivos: o KO de Falcao para o Campeonato do Mundo. E foi o próprio Pekerman quem revelou «com muita dor» a notícia, no estágio e com Falcao ao seu lado.



A prolongada lesão de Falcao acabou por tirar o colombiano do Mundial. O hispano-brasileiro Thiago Alcántara foi outro jogador que ficou arredado do Brasil cedo na temporada. Na Costa Rica, Bryan Oviedo também não conseguiu recuperar a tempo e o selecionador Jorge Luis Pinto ficou ainda sem o melhor marcador da seleção na fase de qualificação: Álvaro Saborío partiu um dedo do pé na semana que passou.

A quarta vítima das lesões do fim de semana diz respeito ao grupo de Portugal. O ganês Jerry Akaminko também sofreu uma fratura (no jogo com a Holanda) que o deixou de fora dos convocados de Kwesi Appiah. Na Alemanha, foi Lars Bender a desfalcar por lesão a seleção comandada por Joachim Löw; também já no estágio deste outro adversário da Seleção.

Niko Kranjcar foi a última vítima das lesões que afetaram a seleção croata que vai disputar o Campeonato do Mundo. O médio lesionou-se no final da época inglesa e foi a terceira baixa por lesão das opções do selecionador Niko Kovac depois de Ivan Strinic e Ivo Ilicevic também não estarem aptos fisicamente. Steve Mandanda foi a grande baixa por lesão da seleção francesa.

Nem todos as ausências são fruto do azar

A equipa nacional gaulesa está entre os maiores exemplos de que as decisões do selecionador não são muitas vezes as mais esperadas. Didier Deschamps não convocou Samir Nasri porque considera que o médio do Manchester City não gosta de ficar no banco. E o técnico francês justificou-se ainda mais referindo que escolheu a melhor equipa, não os melhores 23.

No grupo de Portugal, foi Jürgen Klinsmann a referir os interesses da seleção dos Estados Unidos para explicar a exclusão do experiente Landon Donovan daquele que seria o quarto Mundial do mais internacional dos EUA. Cesare Prandelli justificou-se com a falta de ritmo do recém-regressado Giuseppe Rossi para explicar a decisão de não levar o avançado da Fiorentina ao Brasil. E, na Argentina, foi Carlos Tévez a merecer a maior surpresa por não estar entre as opções de Alejandro Sabella.



Robinho, Ronaldinho e Kaká. Os três são craques com mais do que nome feito no futebol do Brasil, todos com dois ou mais mundiais no currículo – Kaká e Ronaldinho foram inclusivamente campeões do mundo em 2002. Mas os três mundialistas foram ficando esquecidos por Scolari nas opções, em detrimento do rejuvenescimento do escrete que Felipão quis montar para a Copa.

Entre os vários ausentes que o riquíssimo futebol brasileiro apresenta, destacam-se também Lucas Moura e Lucas Leiva. No mesmo Grupo A e também a apostar em mais juventude, Volker Finke ainda levou alguns jogadores experientes, mas o selecionador dos Camarões já acabou por deixar outros de fora, como o avançado Mohammadou Idrissou, de 34 anos.

Já se referiu em cima que apenas são 23 aqueles que podem representar a sua seleção no Mundial. E que há várías razões para as ausências. Na lista de craques que vão ficar, como a maioria dos adeptos, a seguir os jogos pela televisão incluem-se ainda nomes como Dani Carvajal (Espanha), Lacina Traoré (Costa do Marfim), Avraam Papadopoulos (Grécia), Michael Carrick e Ashley Cole (Inglaterra), ou Ricardo Quaresma (Portugal). Já para não falar dos casos extremos, como o do croata suspenso por 10 jogos Josip Simunic.