Só o golo soltou o rugido do leão para a reviravolta e o campeão nacional começa a época como acabou a última. A ganhar.

O Sporting conquistou a sua nona Supertaça, frente ao Sp. Braga, vencendo na noite do regresso do público aos estádios (7.710 adeptos), em Aveiro. O troféu volta a Alvalade seis anos depois, assente na cambalhota que Jovane e um golaço de Pedro Gonçalves deram a um marcador iniciado por Fransérgio.

No final, ganhou a equipa que teve maior capacidade de sofrimento na desvantagem. Eficácia quando as coisas pareciam não correr bem. Atitude e competitividade totais para agarrar o 2-1.

Foi um jogo claramente de duas fases distintas: um Sp. Braga mais equipa na primeira meia-hora, a chegar à vantagem. E um Sporting que acordou e se soltou após o 1-1. Chegou ao descanso já na frente e fez por justificar o triunfo na segunda parte. Não foi à quarta hipótese que os minhotos conquistaram a primeira Supertaça, pese a entrada em campo tenha mostrado tais intenções.

Amorim não mudou o onze que apresentou no Troféu Cinco Violinos, ao passo que a ausência do lesionado Castro trouxe a novidade André Horta a meio-campo do Sp. Braga.

O campeão nacional entrou em jogo contido, ponderado com bola e várias vezes anulado pela pressão alta do Sp. Braga, que teve em Matheus praticamente um espetador nos 25 minutos iniciais. Fabiano, muito em jogo e ofensivo, protagonizou um duelo interessante com Nuno Mendes e a pressão orientada por Al Musrati criou dificuldades a Matheus Nunes e a João Palhinha. O Sporting não conseguia galgar metros – e raramente colocava bolas para a velocidade de Jovane ou Pedro Gonçalves.

O maior coletivo que sobressaía do lado dos minhotos resultaria em golo ao minuto 20. Poder-se-ia dizer com alguma naturalidade, mas também com o mérito e visão de Ricardo Horta, que encontrou Fransérgio no espaço entre Esgaio e Inácio, antes do remate certeiro deste a bater Adán.

Sporting-Sp. Braga: todo o filme do jogo

O golo deu ainda mais fulgor ao Sp. Braga, mas o Sporting, matreiro e inteligente, foi letal quando pôde. Foi uma equipa que quase sempre atacou mais pela esquerda e deu-se bem com isso, como comprovou o 1-1: Nuno Mendes lançou Jovane, Paulo Oliveira nunca mais o apanhou e Matheus não deteve o remate.

A partir daí e até ao descanso, só Sporting. E uma reviravolta com um «Super» Pote. O melhor marcador da Liga em 2020/21 viu Matheus adiar o 2-1 com uma grande defesa (33m), mas festejou em cima do descanso (43m): Palhinha ganhou nas alturas, Matheus Nunes serviu Pedro Gonçalves e a trivela só parou no fundo da baliza.

Na segunda parte, os leões justificaram a vantagem ganha. Palhinha e Matheus Nunes ganharam o miolo. A defesa foi responsável. E o ataque atrevido. O leão só pecou na finalização. Pedro Gonçalves testou Matheus (52m) e teve o maior falhanço do jogo, após uma saída de Matheus da área (81m).

Por esta altura, já Carvalhal tinha lançado Mario González ao lado de Abel Ruiz, recuando Fransérgio no terreno, em busca de maior presença na área. A verdade é que o Sp. Braga foi pouco capaz de criar perigo no segundo tempo. O surpreendente menino Roger, de 15 anos, ainda deu frescura à equipa no lugar do apagado Galeno, mas os minhotos não conseguiram contrariar um Sporting coeso a defender e transfigurado após ter chegado ao golo, para começar a época de Supertaça nas mãos.