Tudo começou em Fevereiro de 1989. Portugal perdera há poucos meses o título europeu da categoria para a União Soviética e entrava no Mundial de sub-20 com muitas ganas. Mas com excesso de lesionados também.
No reino da Arábia, não houve tempo para viver 1001 noites, mas a selecção de Carlos Queiroz aproveitou ao máximo as poucas que teve. Agora, ao Maisfutebol, Tozé faz a retrospectiva dos seis jogos que conduziram ao primeiro título mundial do futebol português.
Jogo a jogo, confira a análise do escaldante trajecto vivido no Médio Oriente. Na primeira pessoa, aquele que ficou conhecido como «o capitão de Riade».
Checoslováquia-Portugal: 0-1 «Entrámos expectantes. Aos poucos melhorámos e ganhámos confiança. Tínhamos muitos jogadores lesionados e sentíamo-nos um pouco frágeis. Na segunda parte estivemos melhor e vencemos com um golo fantástico do Paulo Alves, de cabeça.»
Nigéria-Portugal: 0-1 «Foi um jogo muito parecido com o primeiro. Não arriscámos na primeira parte. Nesse período avaliámos a Nigéria, uma selecção fisicamente muito forte. Funcionámos mais como equipa e voltámos marcar perto do fim. A Nigéria respeitou-nos em demasia e quase não saiu do seu meio-campo.»
Arábia Saudita-Portugal: 3-0 «Tinha havido uma tempestade de areia e quase não respirávamos. Ainda por cima descansámos apenas 24 horas. A Arábia não era nada do que vimos em vídeo. Até nos ríamos a ver alguns jogos deles, mas contra nós foram muito fortes. Descontrolámo-nos e perdemos bem.»
Portugal-Colômbia: 1-0 «Foi o jogo-chave da nossa campanha e a nossa exibição mais bem conseguida. A Colômbia foi a equipa mais forte que defrontámos.»
Portugal-Brasil: 1-0 «O Brasil era o super-favorito. Até diziam que se nós perdêssemos 3-0 já era bom. Mas eles estavam nervosos e desgarrados. O Bismarck era o melhor deles e não conseguiu fazer nada. Podíamos ter feito mais golos.»
Portugal-Nigéria: 2-0 «Estavam ainda mais nervosos do que o Brasil. Na meia-final estiveram a perder 4-0 com a União Soviética e empataram a quatro bolas. Vencemos categoricamente com um grande golo de Abel Silva e outro do Jorge Couto.»
1ª fase:
Checoslováquia-Portugal, 0-1: Paulo Alves (88)
Bizarro; Abel Silva, Paulo Madeira, Valido e Morgado; Tozé, Hélio e Filipe (João Vieira Pinto, 45); Jorge Couto (Paulo Sousa, 8), Paulo Alves e Resende.
Não utilizados: Brassard, Fernando Couto, Xavier, Amaral e Folha.
Nigéria-Portugal, 0-1: João Vieira Pinto (79)
Bizarro; Abel Silva (Folha, 45), Paulo Madeira, Valido e Morgado; Fernando Couto, Tozé, Hélio e Xavier; João Vieira Pinto e Paulo Alves (Filipe, 25).
Não utilizados: Brassard, Paulo Sousa, Jorge Couto, Resende e Amaral.
Arábia Saudita-Portugal, 3-0:
Bizarro; Valido, Fernando Couto, Paulo Madeira e Morgado; Tozé, Hélio e Xavier; Paulo Sousa (Folha, 54), João Vieira Pinto e Resende (Paulo Alves, 45).
Não utilizados: Brassard, Abel, Filipe, Jorge Couto e Amaral.
Quartos-de-final:
Portugal-Colômbia, 1-0: Jorge Couto (40)
Bizarro; Abel Silva, Valido, Fernando Couto e Morgado; Tozé, Hélio e Filipe; Amaral (Paulo Madeira, 85), João Vieira Pinto e Jorge Couto (Folha, 62).
Não utilizados: Brassard, Xavier, Paulo Sousa, Resende e Paulo Alves.
Meias-finais:
Portugal-Brasil, 1-0: Amaral (68)
Bizarro; Abel Silva, Valido, Fernando Couto e Morgado; Tozé, Hélio e Filipe; Amaral (Xavier, 79), João Vieira Pinto e Jorge Couto (Paulo Madeira, 76).
Não utilizados: Brassard, Paulo Sousa, Resende, Folha e Paulo Alves.
Final:
Portugal-Nigéria, 2-0: Abel Silva (44) e Jorge Couto (76)
Bizarro; Abel Silva, Paulo Madeira, Valido e Morgado; Tozé, Hélio e Filipe; Amaral, João Vieira Pinto (Folha, 89) e Amaral (Paulo Alves, 88).
Não utilizados: Brassard, Fernando Couto, Paulo Sousa, Xavier e Resende.