Na ressaca do desaparecimento do F.C. Felgueiras, os sucessores Clube Académico de Felgueiras e F.C.F. Felgueiras jogam alternadamente num recinto com condições de excepção, enquanto procuram recuperar adeptos para compor as bancadas.
O Académico saudou a mudança definitiva para o Dr. Machado de Matos, depois de uma época com a casa às costas, jogando em campos emprestados nas zonas circundantes. Essa realidade não afectou a performance desportiva, com a subida imediata à Primeira Divisão da A.F. Porto.
Esta época, sob o comando de António Lima Pereira, a equipa luta por nova promoção. No último fim-de-semana, alcançou uma vitória importante no reduto do Gens e ficou a um ponto da zona de subida, onde se encontram o Vilarinho e o Rio Moinhos.
«Não estaríamos à espera de tamanho sucesso no ano passado, até porque não conhecíamos a realidade da 2ª Divisão, mas a equipa tinha qualidade e subimos. Agora, vamos tentar de novo. Para chegar às competições profissionais, bastaram cinco anos se subíssemos sempre, mas isso é muito difícil. Em dez? Isso já não sei, tudo depende da vontade das pessoas», conclui Fernando Martins, presidente do Académico, em conversa com o Maisfutebol.
O F.C.F. Felgueiras, que iniciou a sua caminhada no início desta temporada, também está na luta pelos primeiros lugares, nesta caso na Série 2 da Segunda Divisão da A.F.P. A equipa segue na 4ª posição, a sete pontos do líder Zezerense.
A realidade desportiva em Felgueiras acompanha as deambulações sociais, políticas e mesmo económicas. O declínio de algumas indústrias, como o calçado, contribuiu para a escassez de recursos disponíveis para os novos clubes da cidade. O vizinho F.C. Lixa também denota dificuldades para manter portas abertas.
Depois de anos sucessivos a lutar pela subida de escalão, o Lixa ocupa um inusitado último lugar na Série A da II Divisão B. Com 4 pontos em 20 jogos, 8 golos marcados e 56 (!) sofridos, o clube atravessa um dos períodos mais negros da sua história.