Uruguai enfrenta a Colômbia, enquanto a Grécia de Fernando Santos terá de lidar com a sensacional Costa Rica. Pelo caminho ficaram duas seleções europeias (Itália e Inglaterra), uma africana (Costa do Marfim) e uma asiática (Japão).

Três seleções americanas – em quatro - a caminho dos oitavos-de-final, repetindo o cenário da véspera. Depois de Brasil, México e Chile (a par de Holanda), foi a vez de Uruguai, Costa Rica e Colômbia.

Nesta quarta-feira entrará em campo a Argentina, outra seleção do continente americano com o apuramento garantido. A Bélgica, do Velho Continente, está na mesma condição.

Os oitavos-de-final vão colocar Colômbia e Uruguai frente a frente. Jackson Martínez e Juan Quintero de um lado, Maxi Pereira e Jorge Fucile – termina contrato com o FC Porto mas não volta – do outro. A sensacional Costa Rica irá defrontar a Grécia, que selou o apuramento em cima da hora.

No jogo mais tenso do dia, o Uruguai bateu a Itália pela margem mínima e mandou os transalpinos para casa. Claudio Marchisio foi expulso na etapa complementar, Luis Suárez deu mais uma dentada num adversário mas escapou ao olhar do árbitro e, na reta final, Diego Godín confirmou o seu estatuto de central goleador.

O duelo provocou ondas de choque que se prolongarão no tempo. Luis Suárez, apanhado pelas imagens televisivas, pode ser castigado pela FIFA. Do outro lado, Cesare Prandelli apresentou a sua demissão e o presidente da Federação Italiana seguiu o mesmo caminho. Nada será como dantes.

A ficha de jogo e a crónica do Itália-Uruguai 

 
No outro jogo do Grupo D, disputado à mesma hora, a Costa Rica selou o primeiro lugar com um empate frente à condenada Inglaterra (0-0).

Los Ticos somaram sete pontos perante três antigos campeões do Mundo, sofrendo apenas um golo. A equipa de Jorge Luis Pinto conseguiu gerir o resultado antes de avançar para os oitavos-de-final.

A Inglaterra de Roy Hdgson arrecadou o primeiro ponto na despedida, daquele que poderá ter sido o último jogo de figuras históricas como Steven Gerrard e Frank Lampard.

A ficha de jogo e a crónica do Costa Rica-Inglaterra

A Costa Rica terá pela frente a Grécia, segunda classificada do Grupo C. Os homens de Fernando Santos proporcionaram um final dramático em Fortaleza, para desespero dos adeptos da Costa do Marfim.

Samaris marcou o primeiro golo helénico neste Mundial 2014, após a derrota frente à Colômbia e o nulo com o Japão. Um tento solitário poderia bastar para o apuramento, mas Bony garantiu o empate ao minuto 73 e inverteu a lógica, colocando a sua seleção virtualmente nos oitavos-de-final.

Já no período de descontos, porém, Georgios Samaras caiu na área africana e conquistou uma grande penalidade. O avançado de 29 anos não tremeu na conversão e colocou Fernando Santos na fase seguinte do torneio. Incrível.

A ficha de jogo e a crónica do Grécia-Costa do Marfim 

No outro jogo, o Japão lutou durante a etapa inicial mas caiu na segunda metade. Destaque para Jackson Martínez (um penálti sofrido e dois golos para o avançado do FC Porto, melhor marcador do campeonato português) e James Rodriguez, antigo dragão que substituiu Juan Quintero (exibição sem brilho) e terminou o encontro com duas assistências e um golaço.

A vitória robusta por 4-1 carimbou o primeiro lugar no grupo e abriu caminho para a entrada em campo de Faryd Mondragón, o jogador mais velho a atuar num Campeonato do Mundo.    

A ficha de jogo e a crónica do Japão-Colômbia 

 
A figura: Diego Godín. O central goleador voltou a apresentar os seus argumentos. Godín marcou o tento decisivo para o Atlético de Madrid garantir o título espanhol, em pleno Camp Nou, e repetiu a façanha na final da Liga dos Campeões frente ao Real, dessa vez sem resultados práticos. Nesta terça-feira, colocou o Uruguai nos oitavos-de-final do Campeonato do Mundo. Leia mais aqui.

O número: 43. Faryn Mondragón, que celebrou o seu 43º aniversário a 21 de junho, recebeu a prenda dias mais tarde. Ao entrar em campo nesta terça-feira, o guarda-redes bateu o recorde de Roger Milla (42 anos) e tornou-se o jogador mais velho a alinhar num Campeonato do Mundo. Ele que, curiosamente, esteve no Mundial de 1994, há duas décadas, quando Milla estabeleceu o máximo anterior.

A frase: «Foi uma vitória justa em que pudemos mostrar do que somos capazes, porque nos dois primeiros jogos não tivemos a nossa principal arma, que é a concentração». Fernando Santos analisou desta forma o triunfo sobre a Costa do Marfim e consequente apuramento da Grécia para os oitavos-de-final do Mundial.

O caso: Suárez voltou a morder um adversário, desta vez no Campeonato do Mundo e num jogo decisivo frente à Itália. Os transalpinos estavam em inferioridade numérica por expulsão de Marchisio e, após um lance na área, Luis Suárez atacou Chiellini de forma grosseira. O defesa reagiu com os braços, mas o árbitro nada viu.

«A diferença de critério é evidente. A expulsão de Marchisio é ridícula, mas o pior é que ainda faltou a expulsão de Suárez. O gesto é claro. Os árbitros têm de documentar-se sobre os jogadores e Suárez tem uma história clara», frisou Chielini.

Óscar Tabarez, selecionador do Uruguai, falou em perseguição ao seu jogador, embora não tivesse visto ainda o lance: «Encheram Suárez de críticas por coisas extrafutebolísticas e não por aquilo que faz em campo. Cometeu erros e foi suspenso, mas parece-me que há uma animosidade evidente contra ele. Saiu desses momentos difíceis, porque o castigaram e dá-me a sensação que vamos voltar ao mesmo. Há gente escondida à espera de alguma coisa. Mas isto é um Mundial de futebol, não de moralidade barata».

A FIFA vai investigar o lance e Luis Suárez pode ser punido de forma exemplar. O avançado veio a público comentar o caso, mas não deve ser suficiente: «É uma daquelas situação de jogo. Estávamos em confronto na área e ele bateu-me com o ombro na boca e eu também lhe toquei. Francamente, não façam disso uma história.»

Chegamos ao dia 14 do Campeonato do Mundo, onde haverá lugar para decisões em mais dois grupos: veja aqui o que está em causa.