Ainda estávamos atordoados com a incrível exibição de Guillermo Ochoa no Brasil-México e somos surpreendidos pelo tremendo erro do experiente Akinfeev no Rússia-Coreia do Sul. No mesmo dia em que vimos algumas das melhores defesas deste Mundial, assistimos também ao primeiro frango.

Mas comecemos pelo lado positivo. O super-favorito Brasil esperava dificuldades, mas acreditava que mais cedo ou mais tarde conseguiria ultrapassar o México, garantindo desde já a presença dos oitavos-de-final. Mas a equipa de Miguel Herrera esteve à altura do desafio, impedindo os festejos de Neymar e companhia, para além de criar muitas dificuldades à equipa da casa.

O 0-0 de Fortaleza foi apenas o segundo nulo deste campeonato, mas serve para mostrar que os brasileiros vão ter de fazer mais se querem continuar a alimentar a esperança do título. Para já sabem que vão ter de enfrentar os Camarões na terceira jornada sem saber que lugar vão ocupar no Grupo A. De repente, tudo ficou ainda mais interessante neste Mundial.

Confira a ficha do jogo e a crónica do Brasil-México

O primeiro jogo do dia foi o muito interessante Bélgica-Argélia, com nomes conhecidos dos portugueses a entrarem em cena. O defesa Halliche, da Académica, foi o único titular, mas ao longo da partida ainda pudemos ver Slimani e Ghilas. 

Os argelinos chegaram à vantagem, mas quando já muitos pensariam que os africanos alcançariam um resultado surpreendente contra uma das equipas mais promissoras deste campeonato, a Bélgica deu a volta e chegou ao triunfo. O banco voltou a fazer a diferença, como foi sublinhado pelo treinador Marc Wilmots. «Metade dos golos que nos deram vitórias nas eliminatórias foram marcados suplentes. Toda a gente viu que hoje quem fez a diferença voltaram a ser os suplentes», frisou, celebrando os golos decisivos de Fellaini e Mertens.

Confira a ficha do jogo e a crónica do Bélgica-Argélia

No último jogo do dia, Rússia e Coreia do Sul empataram (1-1), com o tal lance de Akinfeev a comprometer, permitindo o golo inaugural dos asiáticos. Um enorme «perú» que quase ditava a derrota, mas os russos conseguiram chegar ao empate, por Kerzhakov. O avançado igualou, mesmo, Vladimir Beschastnykh como o melhor marcador da história da seleção russa, com 26 golos. Não deixa de ser curioso que os últimos sete golos da Rússia em campeonatos do mundo foram sempre marcados nas segundas partes.

Com esta combinação de resultados a Bélgica ganha vantagem importante no Grupo H, sendo a única com três pontos.

Fica um dado curioso. Pela primeira vez na história dos Mundiais houve uma série de quatro golos consecutivos marcados por suplentes:  Fellaini, Mertens, Lee, Kerzhakov

Confira a ficha do jogo e a crónica do Rússia-Coreia do Sul

A FIGURA DO DIA - GUILLERMO OCHOA, claro. Tão cedo os brasileiros não se vão esquecer deste nome, depois da magnífica exibição guarda-redes do México, que segurou o 0-0 na segunda jornada do Grupo A do Mundial. Aos 28 anos, cumpre o seu terceiro campeonato do mundo, depois de aos 20 anos ter estado na Alemanha, onde foi a terceira opção para a baliza. Na África do Sul subiu um patamar e foi suplente de Oscar Pérez. Agora, apesar da concorrência, nomeadamente de Jesus Corona, segurou a titularidade. Na última época brilhou ao serviço do Ajaccio, de França, fazendo uma das exibições de um guarda-redes na Ligue 1, parando todos os remates feitos por Cavani, Ibrahimovic e Lucas, do Paris Saint-Germain. Favorito dos mexicanos há muitos anos, Ochoa mostrou ao mundo como merece um contrato num clube com outras ambições.

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A FRASE - «Se há alguém triste sou eu», reconheceu Fábio Coentrão depois de saber que iria falhar o resto do Mundial por lesão. O lateral-esquerdo não tem tempo para recuperar do problema sofrido com a Alemanha, mas aproveitou a oportunidade para dar força à equipa: «Peço que os meus colegas possam dar uma alegria aos portugueses. Podemos dar essa alegria. Mas não basta dizê-lo. Temos de encarar o jogo contra os EUA como se fosse o último das nossas vidas». 

O NÚMERO - 49 golos. Fantástico este Mundial, com jogos cheios de emoção e apenas um empate a 0-0 (entre Irão e Nigéria) na primeira jornada. Ao fim de 16 jogos foram 49 golos e se compararmos com o campeonato de 2010, na África do Sul, foram precisos 26 jogos para se chegar ao mesmo número.

O CASO - O golo do empate de Kerzhakov, aos 74 minutos. A Rússia estava a perder por 1-0 depois do momento infeliz de Akinfeev, mas a equipa não desistia e criava oportunidades na área coreana. Num desses lances, a bola sobra para o avançado, que faz o 1-1, mas fica a sensação de que está em fora-de-jogo. O árbitro argentino, Nestor Pitana, valida o golo e os europeus suspiram de alívio.

O Campeonato do Mundo segue sem interrupções. Nova dose de emoções nesta quarta-feira. Veja aqui o que se vai passar