O empate que os Estados Unidos impuseram a Portugal deixou a Seleção Nacional com poucas hipóteses de continuar no Campeonato do Mundo depois de completada a terceira jornada do Grupo G. Os portugueses precisam de ganhar por vários golos ao Gana e esperar que não haja um empate entre Alemanha e Estados Unidos – e que a vitória de um destes seja também por muitos golos.

Por exemplo, a Seleção tem de ganhar 3-0 ao Gana e esperar que a Alemanha vença os EUA por 2-0, como pode ver no resumo das contas de Portugal.

O jogo deste domingo começou bem com o golo madrugador de Nani, mas a equipa nacional nunca conseguiu dominar o adversário para que este não conseguisse recuperar o cenário de vantagem com que entrou para este jogo. Uma hora depois do golo português, os norte-americanos mostraram que podem não jogar melhor, mas que têm uma atitude que é sempre a mesma. Foi com essa vontade que Dempsey começou a desmoronar as esperanças lusas.



A situação já ficava muito difícil para a equipa comandada por Paulo Bento, pois, mesmo com o empate, ia precisar da tal grande conjugação de resultados e marcar muitos golos. Em mais uma jogada de diferença de atitude em cada lance, Bradley escapou ao fora de jogo por milímetros e quase sentenciou já neste domingo o adeus português ao Brasil. A eliminação portuguesa ficou evidente durante dez minutos. Até Varela mostrar que a vontade portuguesa também sabe sobreviver ao cansaço para recuperar a esperança mesmo que voltando à sina das contas.

A ficha de jogo e a crónica do Estados Unidos-Portugal.
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O dia começou com o jogo teoricamente mais interessante do Grupo H. Mas Bélgica e Rússia acabaram por proporcionar um espetáculo desinteressante, sobretudo pelo que as duas seleções jogaram na segunda parte: pouco.

Salvou-se para a Bélgica o resultado, pois, o 1-0 conseguido a três minutos do final deu aos «diabos vermelhos» o apuramento para os oitavos de final. Os belgas ficaram ainda particularmente bem lançados para assegurarem o primeiro lugar deste Grupo H, cruzando-se na próxima fase do Mundial com o segundo classificado do agrupamento de Portugal.

A Bélgica tentou dominar o jogo como diz gostar de jogar, mas o equilíbrio estendido para o segundo tempo com mais bola da Rússia deixou o jogo bastante desinteressante; até aos minutos finais e ao forcing belga para conseguir os «oitavos» à segunda jornada. Origi saiu do banco para ser o herói do apuramento. E a seleção de Marc Wilmots mantém-se com o pleno dos três golos marcados por suplentes.

A ficha de jogo e a crónica do Bélgica-Rússia.

No jogo que tinha menos cartaz do Grupo H (e do dia) aconteceu precisamente o contrário. A Argélia e a Coreia do Sul proporcionaram um muito emocionante jogo de futebol, com principal responsabilidade para a seleção comandada por Vahid Halilodzic. Os argelinos ganharam 4-2 e estão agora muito próximos de passarem aos oitavos de final.

A Argélia só depende do seu próximo resultado e se ganhar à Rússia está, obviamente, apurada. Os russos têm de ganhar à Argélia. E, se a Coreia do Sul vencer a Bélgica, à seleção de Fabio Capello basta ganhar por números que mantenham a vantagem de um golo na diferença entre marcados e sofridos que tem sobre os coreanos.

A partir do momento em que a Rússia ganhe 1-0 à Argélia, a seleção comandada por Hong Myung-bo precisa assim de ganhar por 2-0 à Bélgica. O empate entre russos e argelinos também só serve aos coreanos em caso de vitória sobre os belgas por (pelo menos) 4-0 (se não houver golos no outro jogo).

Confira os critérios de desempate.

Veja o calendário do Mundial.

A tomada do segundo lugar pela Argélia foi marcada sobremaneira pelos jogadores que atuam em Portugal. O sportinguista Slimani ganhou a titularidade neste domingo e justificou-a com o primeiro golo da Argélia. Halliche não ficou atrás e o jogador da Académica fez o segundo da noite. O portista Ghilas entrou no segundo tempo. Com esta exibição, a Argélia tornou-se a primeira seleção africana a marcar quatro golos num jogo de uma fase final de um Mundial.



A ficha de jogo e a crónica do Coreia do Sul-Argélia.

O número: 12 Este número vem no seguimento da goleada argelina. Doze foram os minutos em que a Argélia conseguiu marcar três golos e ganhar uma embalagem que mais não pôde ser apanhada pela Coreia do Sul – e que pode ser decisiva para o apuramento. Slimani (25 minutos), Halliche (27) e Djabou (37) (re)colocaram esta seleção no mapa do Mundial em menos de um quarto de hora.

A figura: Silvestre Varela, o jogador que saiu do banco para reacender a última chama de esperança. A três segundos de terminar o jogo, o extremo retirou Portugal da eliminação do Mundial à segunda jornada – o que nunca aconteceu. O cenário para os oitavos de final é muito complicado, mas evitou-se aquela que seria desde já a pior participação de sempre num Mundial.

Varela entrou aos 68 minutos, quando o jogo estava empatado, e os norte-americanos ainda se adiantaram no marcador. Teve o maior talento de todos para conseguir um golo antes de tudo acabar. Como já tinha feito uma outra vez.

No Euro 2012, Portugal também tinha feito a estreia frente à Alemanha com uma derrota. No segundo jogo, a Seleção Nacional ganhou uma vantagem de 2-0 frente à Dinamarca, mas acabou por consentir o empate – resultado que lhe daria apena um ponto em dois jogos de três a fazer.

Nesse segundo jogo do último Europeu, Varela voltou a sair do banco de suplentes (dessa vez aos 84 minutos) para marcar o golo do triunfo sobre os dinamarqueses três minutos depois de entrar em campo.



A frase: «É impossível que os meus jogadores se vendam», garantiu Volker Finke em resposta à polémica sobre a possibilidades de resultados combinados que incluiu a seleção dos Camarões.

O caso: Louis van Gaal criticou a FIFA porque os jogos do Grupo A, onde está o Brasil, se realizam depois de estar concluída a terceira jornada do agrupamento da Holanda – o que implica que quando brasileiros, mexicanos e croatas jogarem já saberão quem poderão defrontar: se Holanda ou Chile. «O Brasil não deve mesmo querer enfrentar a Holanda. Marcamos muitos golos e alguns deles foram fantásticos. Quero sempre ficar no primeiro lugar do grupo. E isso não depende do Brasil», disse Van Gaal fazendo ironia sobre o «fair-play».

As palavras de Van Gaal mereceram resposta de Luiz Felipe Scolari «Alguns manifestam-se dizendo que vamos escolher adversários. Ou são burros, ou mal intencionados», disse o selecionador do Brasil.