As últimas horas do mercado, na semana passada, trouxeram algumas novidades. Internacionalmente três notas, com diferentes motivações dos envolvidos. A começar, salta à vista o nome de Gareth Bale. O dinheiro e a projecção para um clube de dimensão mundial fizeram Bale decidir-se. A mais cara transferência de sempre? Talvez. O Real com Florentino Perez a causar sensação e sempre numa lógica desportiva /comercial. Para mim Bale, o galês, não vale esse valor, mas há quem pague. Por muita qualidade que possua, o número que o fez chegar a Madrid vai pesar. Veremos o quanto.

Outro que sai é o brasileiro Kaká. Os 65 milhões da compra há quatro anos não tiveram o retorno esperado. Sai sem glória, o Real poupa dois anos de salários. O dinheiro para ele já não importa. Quer voltar a ser feliz em Milão. Ser útil e desejado é fundamental. A canarinha também pode estar de regresso e que bem lhe sabia estar no Mundial, no seu Brasil.

E o que dizer de Ozil? Não gostavam dele em Madrid e Wenger não perdeu tempo. Dinheiro não lhe faltava. Era só convencer o alemão. Projecto diferente e ambicioso levou-o a decidir. Fez bem. O Arsenal vai estar forte e lá em cima.

Em Portugal, Benfica e Sporting agitaram as últimas horas de mercado. Na Luz, Cardozo não saiu e nenhuma grande transferência foi feita. Custos enormes e sem vendas. Vão surgir em Janeiro? A dez minutos das 24 horas, Siqueira, o lateral esquerdo do Granada, assina por empréstimo pelo Benfica. Será finalmente o eleito? Afinal Cortez era mais um e não aquele. A exclusão da lista da Liga dos Campeões diz tudo. Para quem jogou desde o início é revelador da confiança que depositavam nele. A saga do lateral esquerdo no reinado de Jesus tem números impressionantes. Por resolver continuam alguns casos e a lista de pagamentos ao final do mês é extensa.

Em Alvalade o trabalho de casa foi sendo feito. Entre contratações, dispensas e inúmeras renovações o plantel mudou. Apesar da prata da casa, os oito estrangeiros contratados não são a meu ver um bom indicador. A aposta devia ser ainda mais juventude. Este é o tempo (e ele existe) para crescer e amadurecer, para tornar o Sporting mais forte e consistente. Veremos o resultado. Para já apenas Montero está em grande. Mas o final das inscrições trouxe um lateral direito por empréstimo. Para quê? O que correu mal? Não conheço Piris, mas tem de ser muito melhor do que os outros. Cedric tem cumprido e Welder foi contratado há dois meses. Aparentemente nenhum dos dois representa aquilo que quem manda deseja. A concorrência deve existir e é salutar, mas quando é de mais ou sem sentido não se percebe.

E Vítor? Porquê só agora? Foi Leonardo Jardim que pediu? Pelos vistos faltava alguma coisa no meio-campo, Vítor é uma aposta para o imediato. A sua qualidade já era a mais para o Paços de Ferreira, em Alvalade vai viver outra realidade. Os seus 29 anos trazem experiência mas a verdade é que nunca se viu num clube com esta exigência e constante escrutínio. Espero que a qualidade que demonstrou continue a ser a mesma. O fim do mercado não resolveu tudo. Ainda existem situações por definir e a pesar no final de cada mês.

Para os lados do Dragão as vendas foram feitas atempadamente e encheram os cofres. As contratações também foram em tempo útil e para já apenas Quintero entusiasma. Fecho de mercado sem surpresas e mais duas esperanças. Pavlovski e Kayembe são os seus nomes. Esta tem sido a política desportiva do FC Porto. Quem joga nos escalões de formação sabe das dificuldades em atingir a equipa principal. A oportunidade de há uns anos a esta parte raramente surge. É continuar atrás do sonho. Esta tem sido a realidade e tem trazido sucesso para o clube e o futebol português também tem beneficiado.

P.S. O Sporting apresentou as contas do último ano. Revelaram mais uma vez a força dos números pela negativa.