Francisco Salgado Zenha, vice-presidente do Sporting, explicou esta quinta-feira aos jornalistas o acordo com a banca para uma reestruturação da dívida, dizendo que «está tudo sanado com os bancos.»

«Houve uma renegociação dos termos do acordo original de reestruturação financeira e o que nós procurámos fazer foi melhorar as condições existentes e foi isso o que fizemos», disse o dirigente leonino», explicando «aquilo que nós conseguimos foi sanar dívidas por regularizar e resolver estes temas que vinham de trás com os bancos.»

«O Sporting andava em waivers consecutivos com os bancos, significa que havia dívida vencida que estava em situação de waiver. Pela primeira vez desde o verão de 2017, finalmente o Sporting está em situação de cumprimento, sem necessidade de waivers e sem dívidas com os bancos», frisou.

De acordo com o comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), na quarta-feira, a SAD ficou com a possibilidade de recomprar a totalidade de VMOC (Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis) a 30 cêntimos, e a compra vai começar «praticamente imediatamente».

«A partir de hoje temos a possibilidade de ir comprando os VMOCs gradualmente e vamos faze-lo dentro das nossas possibilidades», explicou Francisco Salgado Zenha.

O vice-presidente do Sporting explicou ainda que a negociação já tinha sido começada pela anterior direção, tirando «a parte da regularização da dívida e essa foi fundamental para se conseguir o acordo.»

O acordo inclui ainda a redução «da afetação dos fundos de excesso de venda de passes de 50 por cento para 30 por cento», mas não só. «Há outras coisas que não vamos partilhar porque não somos obrigados», disse Francisco Salgado Zenha, que explicou que há condições que tiveram de ser comunicadas porque tinham sido divulgadas pela direção anterior.

«Por exemplo, que interesse é que nós temos em comunicar que uma parte do excesso de venda de passes vai para os bancos? Não tenho interesse nenhum em comunicar isto, nem vejo ninguém a fazê-lo. Fomos obrigados a fazê-lo porque se deu uma entrevista há um ano em que abriu o livro dessa situação toda.»

Questionado sobre se este acordo permite uma maior saúde financeira ao Sporting, que permita, por exemplo, a equipa reforçar-se no próximo mercado, o vice-presidente afirmou: «Este acordo é muito importante para o Sporting e para a saúde financeira do Sporting, no entanto, o Sporting está muito longe ainda de estar numa situação de total estabilidade.»

E apontou depois: «O reforço da equipa ou o investimento que faremos daqui para a frente serão sempre dentro das nossas possibilidades.»