O Barcelona 2011/12, com Guardiola como treinador, ganhou a Supertaça de Espanha, a Supertaça Europeia, o Mundial de Clubes e a Taça do Rei (sendo vice-campeão espanhol).

O Barcelona 2012/13, com Tito Vilanova como treinador, ganhou La Liga.

O antigo jogador e capitão do clube fechou o seu capítulo. Guardiola fez um ano sabático e encetou uma nova etapa, no Bayern Munique. Vilanova teve a carreira travada pela doença que, no último mês de abril, acabou por tirar-lhe a vida.

Take 1 (26 de julho de 2013): a continuidade... falhada

El Tata Martino, presentado con el FC Barcelona por Fichajes

«Venho para continuar uma ideia, pois foi para isso que nos trouxeram.» Assim também o disse Gerardo «Tata» Martino na sua apresentação como treinador do Barcelona. O técnico argentino foi contratado pelo então presidente culé, Sandro Rosell, para duas épocas. A única contratação para o plantel do Barça 2013/14 foi Neymar.

Tata Martino entrou a ganhar a Supertaça de Espanha batendo o At. Madrid com dois empates. E conseguiu o melhor início de campeonato de sempre dos blaugrana. Mas terminou a perder La Liga para os colchoneros na última jornada do campeonato em pleno Camp Nou. E tendo pelo meio a eliminação da Liga dos Campeões nos quartos de final às mãos do mesmo «Atleti» - com o qual nesta época empatou cinco jogos e perdeu um.

A crónica desta morte anunciada teve o seu epílogo no último fim de semana. Mas essa crónica já estava a ser escrita há mais de um mês. Até porque a personagem principal não é Tata Martino. São mais. Como aqui foi devidamente analisado na altura oportuna.

Take 2 (19 de maio de 2014): a renovação (já) em curso

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Luis Enrique é o novo treinador do Barcelona, também ele com dois anos de contrato. Mas também ele antigo jogador e capitão do emblema maior da Catalunha. As mudanças no Barça foram acontecendo ainda antes da chegada do ex-treinador do Celta de Vigo. Puyol e Valdés anunciaram (a seu tempo) que abandonavam o clube de sempre. Agora, juntou-se-lhes Pinto nas saídas do clube para 2014-15. O primeiro capitão do Barça renunciou ao contrato por questões físicas. Nos casos dos dois guarda-redes, os vínculos terminaram e não houve renovação.

Mais saídas estarão preparadas, de acordo com o que se vai prevendo... além do que se vai falando. Assim como a lista de entradas faladas também está (como há muito não se via) extensa... Mas voltando ao que há de mais concreto, esta revolução em que o Barcelona se vê metido também não deixa os diretores do clube de fora.

O atual presidente, Josep Bartomeu, está no cargo por cooptação após a demissão de Sandro Rosell na sequência do escândalo (fiscal) com os valores da transferência de Neymar. O clube saiu inevitavelmente abalado, mas a agitação também se fez sentir de forma interna e ainda se mantém. A oposição ao sucessor de Rosell existe e é feita com base na necessidade de antecipar as eleições de 2016 para 2015, porque o atual presidente não foi eleito.

Naquilo que se vai falando, Joan Laporta pode voltar a ser candidato, jogadores importantes como Dani Alves, Cesc Fàbregas e Alexis Shánchez poderão sair (entre vários outros). Já entraram (de facto) o guarda-redes Ter Stegen, Deulofeu e Rafinha regressaram, entrou Alen Halilovic, o jovem guarda-redes Jordi Masip renovou (até 2017), Piqué também (até 2019). E Messi também reviu o contrato – melhorou-o sem prolongá-lo.

Messi dá no cravo e na ferradura

Até podem chegar mais alguns de todos os que já estão apontados ao Camp Nou (no passado mais recente, ao Barcelona eram atribuídas muitos poucas contratações no início da época – mas que, geralmente, aconteciam); como o colombiano Cuadrado, ou o mais desejado (e mais difícil) David Luiz. Mas o que há mesmo de concreto é que a revolução no Barça está em curso e que Luis Enrique (que foi escolha de Zubizarreta, o diretor desportivo de Rosell) é parte dela como um dos seus motores.

Os dias do Barcelona já estão em mudança, até como se pode ver pelo discurso de Messi à chegada à Argentina para o Mundial do Brasil. O jogador argentino lamenta a sua época que «não foi fácil a nível pessoal», mas frisa que houve «uma queda de toda a equipa». E, dias depois da renovação garante fidelidade culé. «É a minha casa». Mas também já responde a alguma contestação de adeptos: «Se quiserem que saia, saio. No dia em que não me quiserem, eu não estarei. São as pessoas do Barcelona que decidirão o meu futuro.»