Este foi o fim de semana em que o Barcelona perdeu a invencibilidade e se deixou alcançar no comando da Liga espanhola pelo At. Madrid. Quatro dias depois da primeira derrota da era-Tata, em Amesterdão, para a Champions, os catalães caíram em Bilbao, ficando apenas com dois golos de vantagem sobre os «colchoneros» e três pontos sobre o Real Madrid.

As equipas da capital espanhola cumpriram o seu trabalho na véspera, com o Atlético Madrid a confirmar que Diego Costa é mesmo um dos homens do momento, e com o Real a provar, pelo segundo jogo consecutivo, que tem alternativas a Cristiano Ronaldo: o primeiro hat-trick de Bale não chega para justificar os 90 e tal milhões, mas ajuda a diluir as dúvidas que ainda pudessem ser alimentadas sobre as qualidades do galês.

A derrota do Barcelona, em paralelo com a do FC Porto em Coimbra, deixou ainda mais reduzido o grupo de elite das equipas invictas nas respetivas Ligas: nos principais campeonatos europeus, já só Bayern, PSG, Roma e Olympiakos seguem sem derrotas caseiras.

Destes, o caso mais interessante é o da Roma, único invicto que não lidera: depois de assinar o melhor arranque de temporada de sempre, com dez vitórias, a equipa da capital italiana encravou nos empates. O deste domingo, em Bérgamo, com a Atalanta, foi o quarto consecutivo, e fez com que a distância para a líder Juventus aumentasse para três pontos. Para não variar da norma, a «vecchia signora» ganhou de aflitos, com um golo feliz nos descontos. E pode ter perdido Pirlo, com uma lesão no joelho. Referência ainda, na série A, para a vitória do Milan, que atenuou a crise no império de Berlusconi, com Balotelli a ser decisivo e a protagonizar mais um incidente com alegados contornos racistas.

O clube dos invictos tem no Bayern Munique o representante mais categórico. Desta vez, a equipa de Guardiola resolveu cedo os problemas. No confronto de opostos com o último classificado, o modesto Braunschweig, um bis de Robben, na primeira parte, chegou para acabar com as dúvidas e permitiu levantar o pé, antecipando testes mais exigentes. Desta vez, entretanto, Leverkusen e Dortmund – que se enfrentam na próxima semana – conseguiram não atrasar-se mais, mantendo as distâncias nuns respeitáveis quatro e sete pontos, respetivamente.

Outra equipa que não sabe o que é perder é o PSG, que neste domingo transformou um clássico (ou ex-clássico?) numa simples formalidade: 4-0 ao Lyon, com Ibracadabra a fazer das suas e a deixar um amargo de boca à equipa de Miguel Lopes. No que se refere a portugueses da Ligue 1, a nota positiva da jornada foi para o Mónaco que, com Moutinho e Ricardo Carvalho no onze, provou ser capaz de viver sem Falcao, batendo o Rennes, de Nélson Oliveira, por 2-0. Como o Lille também venceu, o trio da frente manteve as hierarquias, com o PSG a quatro e cinco pontos dos perseguidores.

Em Inglaterra, semana após semana, o Arsenal vai acentuando distâncias. A vitória em Cardiff, com um galês como protagonista a vários níveis, foi acompanhada pelo conveniente desaire do Liverpool, que deixa o Chelsea de Mourinho sozinho no segundo lugar, a quatro pontos dos «gunners». No jogo grande da jornada, dois técnicos sob pressão, André Villas-Boas e David Moyes, viram Tottenham e Manchester United dividir o mal menor, aumentando também a distância para o pelotão da frente.

Fora da órbita dos campeonatos mais poderosos, destaque para o domínio implacável do Olympiakos na Grécia (mais uma vitória clara e apenas um empate cedido em 13 jornadas), para o trio que começa a destacar-se na Holanda (Vitesse, perseguido por Ajax e Twente) e para a crise cada vez mais indisfarçável do ex-líder PSV, que já não ganha há seis jornadas (!) Na Rússia, o Zenit voltou a tropeçar, e permitiu a aproximação do Spartak. Mas a coisa pode piorar para Danny, Hulk e companhia, já que se o Lokomotiv vencer o seu jogo desta segunda-feira ultrapassa a equipa de São Petersburgo no comando.

Referência, ainda, à jornada de empates na Turquia, onde o Fenerbahçe segurou a liderança no clássico com o Besiktas, para a certeza de que haverá um histórico a descer de divisão no Brasil e para as emoções fortes na Liga argentina, onde quatro equipas vão defrontar-se na última jornada, com hipóteses de discutir o título.