Nuno Coelho jogou os dez minutos finais do Beira Mar-Benfica com a camisola do colega Balboa, o que motivou a curiosidade de Jorge Jesus, treinador dos «encarnados». Apesar de pouco comum, a situação está prevista nos regulamentos e a equipa de arbitragem agiu bem.

Balboa tinha saído aos 78 minutos. Dois minutos depois Nuno Coelho começou a sangrar e a camisola ficou manchada. Não podia continuar assim, estipulam os regulamentos. O jogador dirigiu-se ao banco e Balboa cedeu-lhe a camisola. De repente, o «6» passava a ser «21», que assim «reentrava» na partida. Curiosamente, ambos jogadores com ligação ao Benfica.

No momento da insólita troca, a transmissão da Sport TV mostrou Jorge Jesus a conversar com o quarto árbitro, Jorge Tavares, e a sorrir.

Pedro Henriques, comentador de arbitragem do programa «Maisfutebol Jornada», da TVI, diz que tudo o que se passou é legal. «Está previsto que em determinadas situações os jogadores possam envergar a camisola de um colega; com sangue é que não podia». E acrescenta: «A camisola até podia não ter número ou nome, teria sempre é de ser da cor do equipamento do clube, para que não houvesse confusão possível».

Por absurdo, o Beira Mar até poderia ter acabado a partida com dez Balboas. Seria admissível, desde que algo o justificasse e a equipa de arbitragem autorizasse. A informação ao árbitro é crucial, para que não possa haver confusão possível em caso de cartões, por exemplo.

Nestes cenários invulgares, os regulamentos dizem que em caso de dúvida o árbitro deve pedir auxílio ao capitão da equipa.

Já agora fica mais um detalhe: questões como estas, pouco comuns, costumam aparecer nos testes a que as equipas de arbitragem são submetidas todos os anos. Para os treinadores pode ser novidade, para os árbitros é o trabalho de casa.