Depois de três empates penalizadores em casa, por terem acontecido diante de rivais diretos, o Beira Mar comprometeu ainda mais ao somar a primeira derrota entre portas, num jogo em que precisava urgentemente de ganhar para fugir ao último lugar da tabela.

Este até era um adversário propício em Aveiro para os aurinegros conseguirem, finalmente, a primeira vitória na Liga. O P. Ferreira nunca tinha vencido no novo estádio utilizado pelo Beira Mar e, em rigor, o último triunfo dos «castores» em casa dos aveirenses datava de há mais de 12 anos.

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As contas saíram claramente furados a Ulisses Morais, que demorou a correr riscos e, em rigor, nada ganhou com as substituições que os sustentaram. Poderá, ainda assim, ter sido um castigo demasiado severo por ter sido infligido por uma equipa que, claramente, pareceu acomodada ao empate.

Quando os da casa procuraram, desesperadamente, chegar à vantagem, dois golpes, de Vítor e Arturo Alvarez, acabaram com a paciência dos adeptos que, mais uma vez, voltar a acenar com lenços brancos. Como se enganou o técnico dos beira-marenses, que havia dito que apostaria tudo num triunfo da sua equipa...

Seja como for, fica o salto na tabela do Paços, que passou a ocupar provisoriamente o quinto lugar.

Perder ainda antes do jogo começar

O Beira Mar repetiu a equipa utilizada na semana anterior, para a Taça de Portugal, e que já não incluía Balboa. O espano-equatoriano voltou a não se apresentar em condições e, ainda antes de entrar em campo, os aveirenses já estavam a perder.

Não obstante, tal como acontecera com o Penafiel, o substituto do ex-Benfica deu nas vistas. Aliás, a certa altura, parece que apenas Rúben Ribeiro mostrava ganas numa equipa que tinha a responsabilidade de atacar, mas fazia-o sempre com muita cerimónia.

A falta de esclarecimento no último terço levava os aveirenses a usarem e abusarem das bolas paradas, capítulo em que, pese as várias tentativas, também não se mostraram particularmente inspirados.

Já os «castores», sempre mais ligados entre si, sentiam-se mais confortáveis na partida, mas também não corriam grandes riscos. Paulo Fonseca preferia que a equipa não se desorganizasse e apostava na velocidade e virtudes de alguns bons executantes, casos de Caetano, Manuel José ou Vítor Emanuel.

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Mas acabou por ser um médio a lograr a jogada mais perigosa da primeira parte, numa altura em que os guarda-redes de ambos os lados só não estavam congelados porque a tarde até foi soalheira em Aveiro. Luiz Carlos desferiu um «petardo» à baliza de Rego, mas o guardião mostrou reflexos.

Os aurinegros voltaram mais desinibidos dos balneários e apertaram o Paços lá atrás, ainda que sem consequências de maior. Ulisses Morais teve mesmo de arriscar. Tiago Cintra, um avançado, pois claro, foi a primeira cartada, e ajudou, finalmente, a «arrancar» o central (Jaime) que o técnico gosta de «plantar» no meio-campo.

Os «castores», com melhor posse de bola, tentavam quebrar o ímpeto dos da casa, deixando correr o tempo, aparentemente conformados ao resultado. O conformismo era tal, que os pacenses chegaram a entregar a bola de mão-beijada aos adversários, mesmo à saída da área, mas nem assim Camará conseguiu acertar com o alvo. Mau de mais.

Paulo Fonseca continuava a não desarmar e limitava-se a refrescar a equipa com trocas posicionais. E a verdade é que da maneira como o Beira Mar estava a jogar, tudo se conjugava para que lhe fizessem a vontade. Puro engano, Vítor Manuel e Arturo Alvarez saltaram do banco e, aproveitando o embalo dos locais, sentenciaram o jogo em dois contra-ataques.