A figura: Capel

Numa equipa que mostrou imensas fragilidades na criação de jogo, quem rapidez e técnica destaca-se quase sempre. Não teve medo de arriscar, de ir ara cima do rival, de jogar rápido, enfim, de querer mostrar-se como titular. Capel começou o jogo a fugir rápido pela esquerda e a cruzar; terminou assim também. Jogou numa rotação acima dos outros e isso, neste jogo, foi suficiente para ser o melhor. Podia ter sido o herói leonino também, mas com a baliza à mercê, acertou num par de pernas aveirense.

A desilusão: Matías Fernández

Por fim, saltou para o onze. É certo que vinha de lesão, mas também é verdade que do chileno se espera sempre algo mais. Porque Matías tem qualidade nos pés. O problema é a intermitência. Noutras épocas, tanto foi muito bom, como assim-assim. Nesta noite, em Aveiro foi simplesmente mau. Sem chama, sem ser o criador que a equipa precisava, sem conseguir transportar a bola. Uma questão física? Não, nada disso, e também não foi por isso que saiu pouco depois da meia-hora.



O momento: 18h30

Num jogo de raras ocasiões, a verdadeira caiu no pé esquerdo de Diego Capel. Os três pontos estiveram ali perto, mas Pedro Moreira impediu o golo em cima da linha. Foi o maior momento do jogo, o instante de maior incerteza, para além, claro, da busca por alguém que dirigisse o encontro. Capel falhou e o nulo perdurou.

Outros destaques:

Yannick Djaló, a confirmação

Pela negativa. Saiu aos 36 minutos para dar entrada a Izmailov. Começa a perder espaço na equipa e a ganhar assobios dos adeptos. A seu favor, fez o primeiro remate de um encontro que lhe passou completamente ao lado. Fez uma boa pré-época, é verdade, mas, confirma-se, tal como noutras temporadas, perde gás com o tempo.

Wolfswinkel, sem bola, sem golo

Expectativa para ver o holandês em acção. Tem preço importante na etiqueta, mas não teve oportunidade de mostrar muito em Aveiro. Percebe-se que não é jogador de grandes arrancadas com bola, nem tem a correria de um avançado móvel. Meteu-se na área, mas sem bola, não há golo. Mais vítima que réu? Talvez, e só pelo pouco que jogou a equipa se pode amenizar a nota do holandês, que teve uma ocasião para marcar e atirou ao lado. Podia muito bem estar a ocupar o espaço de Matías, mais acima na página, mas o chileno é um corpo integrado no clube, enquanto o holandês, em fase tão adiantada, ainda tem desconto. Mas que era candidato, era.

João Pereira, exemplar

Voltou a ser exemplar na entrega e, mesmo sem brilhantismo de outras vezes, empresta o que tem à equipa, combina quase sempre bem e serve os colegas na perfeição. O cruzamento para Wolfswinkel, aos 54 minutos, é prova de que, na lateral-direita, reside, talvez, o elemento com exibições mais equilibradas desta equipa.

Artur, um espelho

Na época passada, foi um dos protagonistas do Beira Mar, um futebolista que terminou a Liga com números interessantes. Nesta noite, foi apenas o espelho da equipa. Sem rasgo, sem ideias, e nem os livres lhe saíram bem. Muita vontade, muito certinho no meio. Um desequilibrador nunca pode ser apenas isso, certinho, tem de arriscar, corra bem ou mal.

Hugo, sim, certinho

Líder da defesa aveirense e nota mais que positiva para o central. Hugo voltou a defrontar o Sporting, clube em que passou sem grande brilhantismo. No Beira Mar é certinho e, numa equipa que demonstra pouca capacidade ofensiva, ter um central assim, é sinal de pontos.