A tradição da chamada «chicotada psicológica» voltou a cumprir-se, tendo como beneficiário desta feita a U. Leiria e Vítor Pontes que, sem ter sequer orientado um treino ainda, somou os primeiros pontos da equipa do Lis. Não se sabe se terminou a crise leiriense mas o primeiro passo, pelo menos, já foi dado.

O resultado só pode surpreender quem não assistiu ao jogo tal o desempenho apagado dos aveirenses que ainda na última jornada tinham ido ganhar por 3-0 em Guimarães e ocupavam o quinto lugar à hora do início da partida. Por ironia, tratou-se do primeiro golo sofrido pela turma de Rui Bento na competição.

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O Beira Mar, talvez puxando pelos galões, entrou a todo o gás na partida. Bura podia ter aberto o marcador ainda no primeiro minuto, mas Gottardi, mesmo a frio, revelou-se atento. Com Cristiano endiabrado na frente - a baralhar a defesa leiriense por jogar pela direita apesar de ser esquerdino - , os donos da casa pecaram na finalização e a U. Leiria ganhou peito e respondeu à altura.

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Aos poucos, os comandados de Vítor Pontes equilibraram as acções, mostraram os dentes ao adversário, e Rui Rego teve de começar a sujar o equipamento. Os leirienses estavam melhor na partida, conseguindo empurrar para trás os donos da casa, como o atestam os sete pontapés de canto conseguidos até ao intervalo. Só faltou um pouco mais de objectividade à dupla Jô/Djaniny para haver «estragos» efectivos.

Pacto de não agressão resolvido à «bomba»

Ainda assim, o encontro, que começara a bom ritmo, estava agora num marasmo irritante, que, valha a verdade, servia bem mais os interesses forasteiros do que os dos donos da casa. Satisfeitos, pelos vistos, ambos os técnicos decidiram não mexer nas respectivas equipas para a segunda parte. Confirmou-se o pacto de não agressão, perdeu o espectáculo.

O ritmo lento permitia aos leirienses pensar melhor o jogo e, a espaços, pertenceu-lhes a iniciativa do jogo e as melhores jogadas de ataque. O golo de Shaffer, por tudo isto, só surpreendeu pela distância e violência do pontapé. O Beira Mar estava há muito a pôr-se a jeito e a vantagem unionista era mais do que justificada.

Os aveirenses tentaram acordar mas era tarde. E se, anteriormente, já tinham mostrado dificuldades no ataque, com os leirienses porfiados, cerrados lá atrás e sem hesitar no recurso às habituais estratégias para quebrar ritmo, os problemas multiplicaram-se, e os visitantes levaram, para casa, com total justiça, os três pontos.