O Beira Mar, uma das revelações desta época, tem perdido algum gás nos últimos jogos (não ganha desde meados de Janeiro), por coincidência desde a saída de alguns jogadores nucleares, casos de Kanu, e, mais recentemente, de Ronny. Numa altura em que Leonardo Jardim pondera os prós e os contras de aceitar renovar pelos aveirenses por duas épocas, poderia questionar-se até que ponto as relações com os dirigentes teriam ficado abaladas pelos última actos de gestão. O jovem treinador desfaz todas as dúvidas:

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«O clube é gerido por pessoas às quais reconheço competência e se decidem vender jogadores, é porque há necessidade disso. O negócios são feito em função do momento e da proposta. A minha função passa por aceitar mas, mais importante do que a minha opinião, é o futuro e estabilidade do clube. No lugar da direcção fazia o mesmo, rentabilizava os activos, porque isto é muito bonito mas o mais importante é a estabilidade do Beira Mar em termos de futuro», defende o técnico madeirense, relembrando que não é «manager» para se opor às transferências.

Leonardo Jardim reconhece, porém que as saídas poderão ter retirado à equipa a possibilidade de chegar mais longe, embora, com 25 pontos, esteja praticamente a salvo: «É uma realidade mas partindo do pressuposto que o nosso objectivo é só um para o campeonato e como não estamos inscritos para a Liga Europa... Não sei se o Dudu está à altura do Ronny. Pelo menos no papel diz-se que tem 1, 84 m. Mas temos jovens que foram sendo lançados e agora têm maiores responsabilidades na equipa, que espero sejam acompanhadas de sucesso.»

Resposta à renovação para a semana

O técnico aveirenses aproveitou ainda a ocasião para esclarecer, em concreto, quando pensa responder ao convite da direcção para renovar: «Em relação ao futuro, na próxima semana iremos falar. Começa a chegar o momento das grandes decisões por parte do clube, porque não podemos decidir em Junho ou Julho quando o mercado interno já apresenta dificuldades. Tem de ser o quanto antes. Foi o que a Direcção fez e eu com uma resposta rápida de forma a tornar mais simples as coisas e acelerar o processo.»

Certo, seja com Leonardo Jardim ou não, é que o Beira Mar não pode sujeitar-se a arrancar para a pré-época com uma dezena de jogadores como aconteceu no ano passado. «Não é uma questão de eu não querer. É achar que o clube não pode passar por isso apesar de a última época ter sido peculiar porque só conseguimos subir à 30ª jornada e houve eleições no defeso. Este ano é diferente, há uma certa estabilidade na equipa e também em termos directivos.»

Com temas tão prementes, a análise ao próximo adversário, o Portimomense, ficou para segundo plano, mesmo se o Beira Mar foi a última equipa a quem os algarvios conseguiram ganhar: «Não há uma relação directa. Por acaso, até foi dos jogos mais bem conseguidos em termos de qualidade mas acabamos por não ser eficazes. Já passou muito tempo, as equipas já se modificaram. Será outro encontro.»