Já viveu melhores dias este clássico, que nem Janeiro conseguiu melhorar, ainda para mais prejudicado pela burocracia de inscrições na Liga e um relvado defeituoso. Belenenses e Vitória não foram além de um nulo, penalizante para ambos, e ainda mais para quem assistiu ao encontro, com promessas de que alguma coisa ia mudar, agora que uns têm um treinador novo e outros já se mexeram no mercado.
O segundo tempo, melhor, não remediou um primeiro demasiado mal jogado e no qual se baseou o nulo. A ineficácia entre os 45 e os 90 minutos, assim como a atrapalhação da bola nos pés dos artistas fez o resto. É certo que o golo esteve iminente nos minutos finais, mas a bola castigou as equipas pelo demonstrado no resto do tempo.
Uma única defesa
O encontro começou sem caras novas no relvado. Essas ficaram todas no banco. No Belenenses o treinador António Conceição (Toni), no lado sadino apenas Ney, com os outros reforços ainda impossibilitados de contribuírem para a equipa. Assim, lisboetas e sadinos fecharam a primeira volta com os mesmos problemas que tinham no início, apesar de ambos terem mudado de técnico ainda no turno inicial do campeonato. Manuel Fernandes acredita em melhorias com a chegada de quatro novos jogadores, mas Toni tem muito para fazer, mesmo que o primeiro tempo tenha mostrado um Belenenses ligeiramente melhor que o adversário.
Vitória e Belenenses contabilizavam quatro vitórias em conjunto: uma para os da capital, as restantes para os do Bonfim. Havia uma ocasião para dar salto na tabela, mas mão cheia de remates disparatados é pouco para quem vive em aflição de pontos. Os 45 iniciais no Restelo foram maus, com a primeira ocasião a cair na cabeça de Collin, depois do lance mais insólito do desafio. Após um pontapé desastrado de Keita, que Hélder Barbosa resgatou na bandeirola de canto, o francês quase fazia o 1-0, quando nem uma, nem outra equipa algo de relevante tenha feito para estar em vantagem.

É certo que o Belenenses teve mais posse de bola e as duas jogadas mais bem executadas do primeiro tempo, mas tanto Celestino como Lima atiraram o bom trabalho para o Tejo, por assim dizer, tal foi a falta de pontaria. O nulo ao intervalo não espantava, mesmo que Lima obrigasse Mário Felgueiras a uma boa defesa, a única que os dois guarda-redes fizeram na primeira parte.
Recorde o Ao Minuto
Belenenses e Vitória subiram de produção no segundo tempo, mas nada que encha de orgulho os adeptos. Os lisboetas não se esqueceram do domínio territorial no balneário e o jogo desenrolou-se mais no terreno sadino que o contrário. Só que o Vitória estava a crescer. Mano já não conseguia travar Hélder Barbosa e o esquerdino deu oportunidade a Kazmierczak de atirar à baliza, num livre directo, por falta sofrida bem junto à área azul. O polaco atirou por cima, tal como o fez Keita, após assistência do mesmo Barbosa.
Os sadinos davam sinal de que iam arriscar um pouco mais e a bola andava mais perto das balizas, tão mais perto que Celestino acertou numa delas. A bomba do camisola 10 bateu na barra. Em sentido figurado, também a recuperação do Belenenses, que continua abaixo da linha de água. Já os sadinos bracejam e muito para ficar à tona, depois de Hélder Barbosa ter despejado dois pontos nas mãos de Bruno Vale, a dois minutos do fim. Se as equipas tivessem começado pelo fim, talvez fossem mais felizes e o espectáculo outro, para melhor.