Belenenses e V. Setúbal defrontam-se nesta segunda-feira no Restelo, para um clássico nacional, vivido, desta vez, ou mais uma vez, com a aflição do fundo da tabela. Os lisboetas são últimos, foram também os últimos a mudar de treinador na Liga, algo que os sadinos há muito fizeram, pelo que o jogo serve de estreia a António Conceição (ou Toni, se preferir).
Se no Restelo o reforço é o técnico, em Setúbal há quatro caras novas: Ney, Neca, Henrique e Ricardo Silva. Neste momento, apenas o primeiro pode jogar, uma vez que os restantes ainda aguardam certificados internacionais. Manuel Fernandes tem algumas incógnitas e a mesma certeza que Conceição: uma vitória permite uma fuga para cima na classificação.
A palavra de ordem é mesmo essa: fugir. Os resultados conhecidos da ronda deixam a possibilidade de tanto o Belenenses como o Vitória se distanciarem da dupla Olhanense/Leixões e, em caso de três pontos, deixar o rival directo desta segunda-feira em pior posição que a própria. Sim, porque um triunfo não dá para sossegar, ainda é preciso bracejar muito para ficar acima de água, mas nesta luta vale colocar a mão em cima dos outros e «afogá-los».
«É tempo de inverter a situação»
Uma notícia boa para o Belenenses. O capitão Zé Pedro está de volta aos convocados, depois de ter debelado uma lesão que o retirou dos relvados nos últimos dois meses. Também há uma má notícia no Restelo: Rodrigo Arroz lesionou-se nos ligamentos de um joelho e acabou a época. Entre regressados e lesionados, António Conceição coloca um ponto de exclamação no discurso. «É tempo de inverter a situação», disse, na antevisão do jogo que coloca o último perante o 13º.
Já Manuel Fernandes garante que, com os reforços, o Vitória vai ser como deseja. «Agora tenho matéria humana para pôr a equipa a jogar como gosto», admitiu. Falta saber quem pode usar nesta jornada. Já o Belenenses aguenta-se com quem tem desde o princípio, aliás, até emagreceu o plantel. Ao que parece, o Restelo é uma zona de Lisboa em que não há petróleo.