O apuramento direto de Bélgica e Colômbia é para já o facto de maior relevo na fase de qualificação para o Mundial 2014. Suíça e Costa Rica podem parecer nomes improváveis, mas a história recente diz o contrário.

A Suíça esteve presente em todas as edições desde 2006. A Costa Rica apareceu em 2006 e 2002.

A Bélgica é que já não andava nestas coisas desde o Mundial 2002 (caiu nos oitavos, perante o Brasil de Scolari), apesar de ter estado em 1994 (a equipa de Preudhomme) e 1998. A Colômbia
visitou-nos pela última vez em 1998, quando ainda tinha Asprilla e Valderrama, entre outros.

A Colômbia, lá longe, só voltou a ser notícia quando começaram a chegar a Portugal futebolistas como Falcao, James, Jackson ou, esta época, Montero. De repente, havia outra vez talento e também uma seleção. A crise de países como Paraguai e Uruguai fez o resto. É verdade que o apuramento chegou num jogo com uma expulsão e dois penalties, mas ninguém poderá dizer que não é justo. O Mundial terá oportunidade de ver ao mais alto nível um dos melhores avançados dos últimos anos, Falcao.

A Bélgica, mais perto, parecia uma seleção remetida para o século passado, incapaz de regressar aos grandes palcos. Em 2000, por exemplo, desiludiu em casa. Desde o Mundial no Japão e na Coreia do Sul, só falhanços. As primeiras notícias agradáveis surgiram em 2011. Num grupo complicado, com Alemanha e Turquia, os belgas lutaram até ao final por um dos dois primeiros lugares. Um empate no Azerbaijão impediu-os de acabar empatados com os turcos. O talento estava lá, mas era um pouco cedo de mais.

Desta vez não houve dúvidas e a Bélgica conseguiu o apuramento a uma jornada do fim, com uma vitória em casa do rival direto, a Croácia. Os diabos estão de volta e jogam bem. Alguns dos internacionais atuam nas melhores equipas da Europa (Bayern Munique, Chelsea, Tottenham, Manchester United, Zenit, Atletico Madrid e FC Porto, por exemplo). Isto não fará da Bélgica um candidato ao título, claro. Também não acredito que a Colômbia tenha maturidade suficiente para chegar às finais. Mas coloco ambas as seleções ao nível de Portugal. Com uma vantagem: já estão no Brasil.

NOTA: Para saber mais sobre o que se passa na Colômbia e na Bélgica sugiro que leia os artigos recentes na edição número 10 da revista digital «Maisfutebol Total».