Benfica: 16,5 milhões por Salvio e Lima, mais outras contas

O Benfica gastou 25,1 milhões de euros para contratar Djuricic, Markovic, Sulejmani, Mitrovic, Steven Vitória e Rojas, os principais reforços desta temporada, segundo informa o clube no relatório e contas da época 2012/13. E as aquisições de Salvio e Lima, na época passada mas que ainda entram nestas contas, custaram 16,5 milhões.

A referência ao negócio do regresso de Salvio e à contratação de Lima não discrimina estes valores. No relatório é descrita assim: No que se refere a entradas de atletas, as principais contratações (ndr : no início da época 2012/13) dizem respeito aos jogadores Sálvio e Lima, adquiridos ao Atlético de Madrid e Sporting de Braga, respectivamente, num montante global de 16,5 milhões de euros. Do lado do investimento no plantel, o Benfica regista ainda a renovação com Matic, que implicou a compra dos 15 por cento passe que os encarnados não detinham.

O documento atesta também que a maioria dos jogadores do plantel não são detidos na totalidade pelo Benfica. Um facto que já vem de trás e continua a ter desenvolvimentos. Já depois do fecho destas contas o Benfica vendeu 25 por cento do passe de Sulejmani ao Benfica Stars Fund, por 1,250 milhões de euros, revela o relatório, informando igualmente que o fundo em causa passou a ter também percentagens de Rodrigo, André Gomes e Djuricic.

Há várias outras entidades a deter percentagens dos passes de jogadores – o Benfica só tem, por exemplo, 50 por cento do passe de Markovic, mas os encarnados só discriminam no relatório as percentagens que pertencem ao Benfica Stars Fund. O fundo em causa, atesta ainda o relatório, deu neste período prejuízo de 2,5 milhões de euros.

Num ano em que as contas finais dão 10,4 milhões de prejuízo, o deve e haver é muito influenciado ainda pelas transferências de Witsel e Javi Garcia. São 60 milhões de euros, 40 mais 20. O Benfica lança nestas contas ganhos de 51,5 milhões com essas duas transferências.

As outras vendas que o Benfica refere neste período são as de «Yartey, Capdevila e Emerson ao Sochaux, Espanhol de Barcelona e Trabzonspor, respectivamente, por um montante global próximo de 3,6 milhões de euros», a de Bruno César ao Al Ahli, em janeiro, «por um valor de 5 milhões de euros», e a de Nolito ao Celta Vigo, «por um montante de 2,5 milhões de euros, tendo permanecido com 30% dos direitos económicos do atleta».

Neste relatório, o Benfica discrimina assim «os direitos económicos mais significativos dos jogadores do plantel de futebol (representativos de mais de 80 por cento do valor líquido contabilístico à data de reporte) detidos pela Benfica SAD» a 30 de junho de 2013

Airton (a) 60%
Alan Kardec (a)
Luisão 100%
André Almeida (b) 75%
André Gomes (a) (b) 70%
Eduardo Sálvio 100%
Enzo Perez 100%
Ezequiel Garay (a) (b) 40%
Filip Djuricic (a) 80%
Franco Jara (a) 90% 30/06/2016 90%
Gaitán (a) 85% 30/06/2016 85%
Jonathan Urretaviscaya (a) 80%
Jorge Rojas 100%
Lima 100%
Markovic (b) 50%
Maxi Pereira (a) 70%
Miralem Sulejmani 100%
Nélson Oliveira (a) (b) 45%
Nemanja Matic 100%
Ola John (b) 50%
Óscar Cardozo (a) 80%
Rodrigo (a) 76%
Ruben Amorim (a) 50%
Stefan Mitrovic 100%
Steven Vitória 100%
Nota: Leandro Pimenta e Roderick entravam nesta lista, mas já deixaram o clube
(a) Líquidas das percentagens a entregar ao Benfica Stars Fund por via dos contratos de associação de interesses económicos estabelecidos entre a Benfica SAD e o Fundo.
(b) Líquidas das percentagens detidas por outras entidades.

Não estão aqui todos os jogadores, e no que toca às percentagens de passes detidas por terceiros, para além do Benfica Starts Fund, a SAD encarnada explica apenas a situação de Ola John, cujo passe pertence em 50 por cento à Doyen Sports: «Dadas as características do contrato, uma vez que não foram transferidos os riscos e os benefícios significativos associados à detenção daquele direito, esta transação não foi registada como uma alienação de direitos económicos pelo que não foi desreconhecido do activo intangível aquela parcela de direitos económicos, mas antes registada na rubrica de outros credores o correspondente valor a pagar àquela entidade.»