Alguns nomes históricos do Benfica reagiram esta segunda-feira à saída de Camacho do Benfica. Em palavras à Agência Lusa, o antigo capitão das águias, Humberto Coelho, admitiu ver «com bons olhos» o ingresso no comando técnico do Benfica.
«Se fosse convidado, encararia com bons olhos. Eu tenho sempre disponibilidade para voltar ao Benfica. Gosto muito do clube e também de treinar. Mas primeiro teria de ser convidado», explicou o antigo seleccionador nacional.
Sobre a saída de Camacho, Humberto disse ter sentido «pena» e reconheceu a «situação complicada» em que se encontra o clube.
«É pena que o treinador vá embora, embora tenhamos todos de respeitar essa decisão. O futebol é assim mesmo. É mais uma fase menos boa, mas o Benfica tem de sobreviver.»
Toni diz que Rui Costa «é o homem da mudança»
Toni, actualmente a treinar na Arábia Saudita, sublinhou o «momento doloroso» vivido por Camacho devido à morte do seu pai. Somando a isso «os maus resultados», Toni falou num período «cinzento» para o espanhol.
«Na sua primeira passagem pelo clube, o seu discurso era mais enérgico, com mais garra, mais determinado. Era um Camacho diferente, mas o plantel também era diferente, com mais qualidade, com outros resultados. Ainda assim, não saiu o elo mais fraco.»
Toni recordou que Camacho falhou na «vertente desportiva» mas que cumpriu os objectivos «na parte financeira».
«Há um momento em que um treinador experimentado como é Camacho, vê que o seu tempo esgotou, que a sua mensagem já não passava, aquilo que tinha a fazer era demitir-se da sua função e permitir que o Benfica encontre outro.»
O ex-técnico do Benfica, campeão em 1993/94, acredita que Rui Costa será «o homem da mudança».
«O Rui Costa pode ser o treinador, presidente, director geral, director desportivo, pode ser tudo. É o homem da mudança no clube, apesar de fazer muita falta como jogador.»
Simões e José Augusto defendem aposta em técnico português
António Simões e José Augusto também deram a sua opinião sobre o conturbado período do clube da Luz. Para o primeiro, a solução-Chalana é a melhor para esta altura.
«Fernando Chalana até final da época parece-me a solução mais adequada. Se tivesse de escolher, também apostaria numa pessoa de dentro do clube, para tentar levantar o ânimo da equipa, dar-lhe chama e alma.»
Simões realça também a importância de jogadores como «Rui Costa, Luisão, Petit ou Nuno Gomes». «Têm de dar as mãos e aceitar Fernando Chalana. É importante haver um reagrupamento da equipa para ultrapassar as fragilidades.»
Já José Augusto defende que o próximo técnico deve ser português, apesar da maior tolerância que é dada aos técnicos que chegam de outros países.
«Um técnico português tem de arrancar da estaca zero, tem de ser vitorioso desde o primeiro dia até ao último, porque nada se lhe perdoa. Os portugueses sempre foram assim, pouco tolerantes e pouco sensatos.»