A figura: Salvio
Outra vez decisivo, agora sem dedicatórias por golos. Mas bem que podia ter levado as mãos aos olhos no 2-0, porque mais de meio golo é dele. Começou por ser o mais perigoso do Benfica, teve a grande ocasião do primeiro tempo, mas estilhaçou-a no poste. Esteve na jogada do 1-0, com uma abertura subtil para Maxi Pereira e, no 2-0, mostrou tudo aquilo que é: um futebolista de força, de técnica e visão. Aguentou a bola, aguentou a pressão junto à linha lateral, passou pelos defesas do Nacional (quantos eram mesmo?) e cruzou para a cabeça de Rodrigo colocar a bola nas redes madeirenses. Só por esse lance, merecia ser realçado, mas o argentino, em três jogos, fez mais pela equipa que todos os outros. E continuou a fazer, em jogadas a romper pela área, a driblar um, dois, três adversários. Como se disse, não marcou, mas de certeza que quem recebe aquelas dedicatórias gritou-os como se fossem de «Toto».
O momento: minuto 56
O Benfica já vencia, mas os problemas do primeiro tempo ainda não estavam tão distantes assim, quando Salvio inventou, do nada, uma jogada de perigo, cruzou para a área e Rodrigo finalizou para dar, por fim, alguma tranquilidade à casa encarnada.
Outros destaques
Witsel
Colocar o belga tão atrás é retirar-lhe aquilo que ele tem de melhor: a construção de jogo ofensivo. Já se sabe que o médio-defensivo do Benfica, em posse de bola, coloca-se muitas vezes entre os dois centrais. Mas não se pode limitar Witsel apenas àquilo, ou seja, a tocar para um lado ou outro. O belga tem de estar onde se decide quem manda no encontro, onde o tráfego é mais intenso e ganha quem possui mais técnica e visão. Por isso o belga não foi exuberante como noutras noites.
Cardozo e Rodrigo
O triunfo encarnado passou muito pela eficácia dos dois avançados. Tanto Cardozo como Rodrigo tiveram pouco espaço, aliás, não se recorda um remate de um ou de outro no primeiro tempo. Mas a pontas de lança pede-se, acima de tudo, eficácia. O paraguaio e o espanhol não desperdiçaram quando tiveram ocasião de marcar. Cardozo ainda bisou, para aumentar a conta e lembrar, talvez, à concorrência interna ¿ chegou Lima ¿ que o rei do golo na Luz é ele.
Melgarejo
Atrevimento não lhe falta, seja num corte de calcanhar na área, seja num passe de trivela a desequilibrar a lonha contrária. Teve outras vez dificuldades «técnicas», mas isso aconteceu desde Maxi Pereira a Luisão e Garay, foi uma constante na defesa do Benfica. Mas o paraguaio da camisola 25 manteve a confiança e arrancou para um bom desempenho. Certo, teve dificuldades a defender, mas com 0-0 era no ataque que se tinha de apostar, porque o nome que representa assim o diz. E aí, já se sabe, Melgarejo tem qualidade.
Skolnik
A primeira parte foi toda dele! Fechou bem, como mandava a estratégia do Nacional, mas nunca se limitou a tapar espaços, pelo contrário. Nos 45 iniciais na Luz, foi o futebolista mais esclarecido, o que melhor percebeu as limitações do adversário. Skolnik levou o Nacional para a frente, descobriu todas as brechas na defesa encarnada. Jogou, fez jogar, talvez lhe tenta faltado apenas o remate. Na segunda parte assim tentou continuar, mas com o resultado a pender para os encarnados, Skolnik perdeu influência.