Nunca há vencedores antecipados, é certo, mas pelo menos no plano teórico será justo dizer que a Naval pode apresentar-se ao Benfica como o comprimido ideal para ultrapassar a «ressaca» do Dragão. Ainda vergado à humilhante goleada sofrida no reduto do rival, o campeão nacional recebe o último classificado da Liga. Até pode dar-se uma surpresa, mas por antecipação seria difícil pedir melhor.

A «noitada» de domingo continua a dar dores de cabeça a Jorge Jesus. Como se não bastasse o resultado que deixa a revalidação do título bem distante, há que ter ainda em conta outros efeitos paralelos da visita ao Dragão. Luisão, Carlos Martins e Maxi Pereira estão castigados, e Fábio Coentrão e Javi García apresentam limitações físicas que vão arrastar as dúvidas relativas ao «onze» até bem perto do apito inicial. No pior dos cenários, o treinador do Benfica pode ver-se obrigado a fazer cinco alterações na equipa titular. É certo que o último resultado (oficial) exige mudanças, mas nem por isso uma «revolução». Mais do que proibido de perder pontos (na semana passada já estava), o Benfica só tem um remédio: vencer a Naval.

Com apenas uma vitória na Liga, conquistada há quase três meses (logo na 2ª jornada), a equipa da Figueira da Foz também precisa recuperar margem de manobra. Não é nas visitas aos «grandes» que se garante a permanência, mas sair da Luz sem uma derrota podia representar o estímulo necessário para encetar a revolução. Até porque seria a primeira vez, esta época, que a Naval pontuava em duas jornadas consecutivas.

O técnico Rogério Gonçalves continua sem contar com Godemèche, assim como Lupède (também lesionado), mas já dispõe de Daniel Cruz, de regresso após castigo.

Equipas prováveis:

BENFICA: Roberto; Rúben Amorim, Sidnei, David Luiz, César Peixoto; Javi García; Salvio, Aimar, Coentrão; Saviola e Kardec

NAVAL: Salin; Carlitos, Gomis, Rogério Conceição, Daniel Cruz; Hugo Machado, Orestes, Hauw; Bolívia, Fábio Júnior e Camora