A figura: Rodrigo

Exibição fulgurante a resgatar o Benfica nesta Liga Europa. O internacional sub-21 espanhol fez uma primeira parte de raiva, de punhos cerrados e, ao contrário do que tem acontecido noutras noites, o drible saiu-lhe bem e, quando assim é, Rodrigo é um talento perigosíssimo. Primeiro foi capaz de meter o pé à bola, a mostrar aos colegas (menos Matic, já lá vamos) que era preciso maior agressividade, depois usou a velocidade e a técnica para passar pelos intervalos do Newcastle. O golo do empate foi mais exemplo de vontade determinação do que do resto. Foi um golo de alguém que sentia que tinha de mostrar valor perante uma dupla Cardozo /Lima que leva 50 golos marcados. Na segunda parte, ainda serviu o paraguaio para um golo fácil depois de ter sido muito esperto a ganhar o lance ao defesa. Saiu para que Lima e Cardozo acabassem o que tinha começado.

O momento: minuto 66

Houve vários, determinantes. Podia ser aquele ao poste de Cissé a abrir a segunda parte, podia ser o 3-1 a garantir a vitória. Mas o golo de Lima foi determinante. Pelas substituições, pelo momento em que foi e como foi. Foi um murro no estômago do Newcastle.

Outros destaques

Matic

Durante grande parte do primeiro tempo, o meio-campo do Benfica foi ele. André Gomes ainda não tinha percebido como atuar e o sérvio jogava por dois. Impressionante capacidade de luta frente a uma equipa agressiva e forte no físico. Muito bem também Matic nas saídas de bola. Aliás, foi por aí que o Benfica entrou no jogo, depois já estar a perder 1-0. Matic passava uma primeira linha e Rodrigo aplicava-se no resto. Continuou assim no segundo tempo. Aliás, se tem visto os jogos do Benfica já sabe como foi.

Lima e Cardozo

Cheirou-lhes a golo e não perdoaram. Lima entrou para o lugar daquele que estava a ser o melhor avançado do Benfica nesta noite. Cardozo ficou em campo, quando estava num daqueles dias de ouvir mais assobios do que aplausos. Jesus apostou numa dupla com 50 golos na época para «virar» o Newcastle e apostou bem. Lima percebeu um passe atrasado de Santon e não perdoou o erro do lateral. Cardozo teve ocasião para bater penalty e não falhou. Nem à primeira, nem na repetição. Letais, como é habitual.

Gaitán

Se Rodrigo e Matic meteram a vontade e a força para dar a voltar ao Newcastle, Gaitán meteu a técnica. O argentino voltou a fazer uma exibição muito boa em noite europeia. Complicou muito a vida aos adversários, a sair com a bola colada ao pé esquerdo. Rodrigo começou, Matic aguentou. Gaitán esteve ao lado deles, ainda que doutra maneira.

Tim Krul

Este holandês não jogava desde 21 de fevereiro, celebrou mais um aniversário nesta quarta-feira e festejou com defesas grandes, a negar golos ao Benfica. Fez isso ao minuto 10 (Gaitán), 27 (André Gomes e Ola John), 36 (Rodrigo) e 40 (Matic). Isto, como pode ver, foi apenas o primeiro tempo. No segundo tempo sofreu mais dois golos, ambos sem qualquer hipótese. Mas mesmo assim mostrou que é um guarda-redes difícil de ultrapassar.

Sissoko e Cissé

Um médio, outro avançado, passe de um, golo do outro. Sissoko e Cissé foram elementos muito perigosos na Luz. O francês a tentar surgir entre o meio-campo e a defesa encarnada, o senegalês quase sempre a procurar espaço nas costas de Garay e Luisão. O 1-0 foi a jogada letal que tiveram na Luz, mas houve outras ocasiões em que sobressaíram. Quais? Cissé atirou duas bolas ao poste, por exemplo. Muito perigosos, mesmo, e é preciso ter atenção aos dois, no St. James Park.