Rúben Amorim cumpriu, no Benfica-Nacional deste domingo, o 199º jogo no principal escalão do futebol português. Quer isto dizer que o médio pode atingir a importante marca dos 200 jogos na próxima sexta-feira, quando as «águias» visitarem Coimbra, para a 9ª jornada da Liga.

Foi a 14 de dezembro de 2003, há quase dez anos, que Amorim se estreou na Liga. Ainda júnior, o médio substituiu o angolano Mauro nos instantes finais de um Belenenses-Alverca que a equipa da casa venceu por 2-0, com golos de Mauro, precisamente, e do brasileiro Valdiran. O técnico que «apadrinhou» a estreia foi o sérvio Vladislav Bogicevic, que tinha substituído Manuel José, contratado pelo Al Ahly, e que teve uma passagem fugaz pelo Restelo. Hoje é treinador adjunto de uma equipa de futebol feminino universitário dos Estados Unidos, país onde fez grande parte da carreira de futebol, ao serviço do NY Cosmos.

Curiosamente, o primeiro jogo a titular foi diante do Benfica, dois meses depois. O treinador do Belenenses já não era Bogicevic, mas Augusto Inácio. O Belenenses perdeu por duas bolas a zero, no Restelo (golos de Sokota e João Pereira), mas Rúben Amorim jogou os noventa minutos.

Tuck, capitão dessa equipa do Belenenses, recorda um «excelente miúdo que se transformou num excelente colega». «Era já muito profissional, muito sério no trabalho, mas também muito divertido. Era extrovertido mas pensava sempre no coletivo», recorda o agora treinador do Sintrense, em conversa com o Maisfutebol.

No plantel existiam alguns jogadores com muito peso no clube, como Tuck, Filgueira, Wilson ou Marco Aurélio, mas Rúben Amorim não teve problemas na transição precoce dos juniores para os seniores. E assim a qualidade enquanto jogador apareceu com facilidade. «Já tinha qualidade no passe, elevada intensidade de jogo e cultura tática. Isto aos 18 anos. Dez anos depois está mais evoluído, tem mais qualidade, como é normal. A experiência eleva outros níveis, a nível emotivo, ou do equilíbrio de jogo, analisa Tuck.

O antigo capitão do Belenenses diz que a carreira de Rúben Amorim «fala por si», mas não se cansa de enaltecer a «excelente qualidade humana» do médio do Benfica.

«Atingir 200 jogos é uma marca histórica. Não é para todos. É sinal de uma carreira sustentada e sólida», acrescenta.

Os números

Esta marca pode ser alcançada então na próxima sexta-feira, no Académica-Benfica. Rúben Amorim tem estado «tapado» pela dupla Matic-Enzo, mas ainda assim é utilizado quase sempre por Jorge Jesus. Perdeu alguns jogos por lesão, mas quando esteve disponível só não participou no jogo com o Gil Vicente (suplente não utilizado).

Dos 199 jogos do jogador no principal escalão, 96 foram disputados com a camisola do Belenenses, 73 pelo Benfica e 30 pelo Sp. Braga, ao qual esteve emprestado ano e meio quando se desentendeu com Jorge Jesus, técnico com o qual já tinha trabalhado também no Restelo.

Rúben Amorim tem 108 vitórias na Liga, 37 empates e 54 derrotas. De 199 jogos foi titular em 149, para um total de 13269 minutos de utilização. Marcou treze golos e viu 38 cartões amarelos, mas nunca foi expulso no campeonato.