2 de Maio de 1962. O Benfica conquista a Taça dos Campeões Europeus pela segunda vez consecutiva ao vencer o Real Madrid por 5-3, um ano após ter batido o Barcelona por 3-2. A vitória de Amesterdão foi há 45 anos.
Frente a uma armada merengue comandada por Di Stéfano e Puskas, que marcou os três golos do Real Madrid, a equipa encarnada foi mais forte. O treinador Bela Guttman sempre acreditou na vitória do Benfica e ao intervalo, quando os encarnados perdiam por 3-2, repetiu por diversas vezes as palavras «Vamos ganhar, vamos ganhar», contou José Augusto ao Maisfutebol, no livro Sport Europa e Benfica.
Era uma equipa que havia crescido muito depois da primeira Taça dos Campeões conquistada frente ao Barcelona no ano anterior, assente em nomes como Eusébio, Simões, Águas, Coluna, José Augusto, entre outros.
Dois golos de Puskas nos primeiros 25 minutos assustaram os encarnados, mas dois remates certeiros de Águas e Cavém igualaram a partida. Puskas voltou a facturar antes do intervalo, dando a vantagem que o Real Madrid levou para o balneário (3-2).
No segundo tempo, impulsionada pela palestra de Guttman, a equipa do Benfica marcou três golos em 25 minutos. Coluna empatou o jogo à passagem dos 50 minutos, tendo depois surgido Eusébio, com 19 anos, a marcar por duas ocasiões.
Após a conquista da prova, Bela Guttman pediu uma maior compensação financeira, que foi recusada pelos dirigentes encarnados. Quando se despediu do comando técnico do Benfica, o treinador húngaro proferiu uma frase que até hoje é vista como a Maldição de Guttman: «Nem nos próximos cem anos uma equipa portuguesa será campeã europeia e o Benfica, sem mim, nunca mais será campeão europeu.»
O F.C. Porto já mostrou o quão falível é a maldição do técnico húngaro, mas a verdade é que o Benfica depois de 1962 disputou cinco finais da Taça dos Campeões, tendo perdido sempre.