O presidente do Benfica, Rui Costa, passou os temas da atualidade do clube em entrevista à BTV. No canal dos encarnados, o dirigente falou sobre o conteúdo das escutas da operação Cartão Vermelho, que resultou na detenção do antecessor Luís Filipe Vieira. Esse processo levou o antigo camisola 10 a pedir uma auditoria, anunciada durante a campanha eleitoral e sobre a qual falou nesta quarta-feira.

Sobre escutas, Rui Costa começou por falar no exagero mediático das mesmas pois «muitas delas nada têm a ver com o processo em si». Quanto à operação Cartão Vermelho propriamente dita, o dirigente espera «que se resolva rápido e que sejam apuradas todas as consequências», para que o Benfica «possa olhar para a frente e não para trás», pois está a ser «tremendamente prejudicado num processo que devia estar em segredo de justiça».

O nome do presidente encarnado surgiu nas notícias relacionadas com o tema na última semana. Rui Costa diz-se «de consciência tranquila» e acrescentou: «Fala-se nas assinaturas. Assino eu como administrador como assina outro. Não quer dizer que estivesse em conluio com o que quer que fosse. Teria de ser muito burro para prescindir do que era meu por direito, para ajudar outro. Que sentido faria ter-me exposto assim? Se não estivesse de consciência tranquila, que sentido faria? [...] Falamos na imprensa, mas somos nós benfiquistas que muitas vezes levantamos lebres que não existem.»

No seguimento do tema, Rui Costa explicou auditoria que anunciou durante a campanha e que estava, e está, em curso.

«A empresa responsável foi a Ernst & Young e apresentou resultados a mim, vice-presidente e nossos advogados. Foi feita a par do que o Ministério Público levou de contratos [na operação Cartão Vermelho]. Não ficou claro que o Benfica tivesse sido lesado. Ficou assim decidido pelos nossos advogados o Benfica não se constituir assistente. Mesmo que quiséssemos fazer alguma coisa em que nos foram entregues esses primeiros três contratos, como há segredo de justiça, não seriamos nós a quebrá-lo. O que advogados, empresa e nós concordámos foi estender esta auditoria aos 55 contratos que estão a ser investigados. Quisemos levar o processo até ao fim, investigar esses contratos e no final analisar em que ponto está a situação. Se acharmos que devemos ser assistentes, assim o faremos. A acontecer algo, serei intransigente.»

Sobre John Textor, possível investidor na  SAD que chegou à órbita encarnada com Luís Filipe Vieira na presidência, Rui Costa admitiu que tem «havido conversas» e que «é um processo que está a ser discutido» com o norte-americano.

«John Textor não está a comprar ações ao Benfica, mas temos de ver que valor financeiro e desportivo pode aportar. O que posso garantir aos sócios é que podemos discutir com investidores com a garantia que o clube nunca perderá a maioria da SAD», concluiu.