Djavan chega esta sexta-feira logo pela manhã (5h30) a Portugal para cumprir os necessários exames médicos e assinar por quatro épocas pelo Benfica. No caminho para o aeroporto, o esquerdino, sereno como habitualmente, atendeu a chamada do
Maisfutebol
para falar da nova aventura que está prestes a começar.
«Não posso dizer que estava à espera, porque chegar a um grande após apenas uma época no estrangeiro não é fácil, mas estou, obviamente, muito feliz. Vou procurar fazer o melhor que sei, dar o máximo, para provar que o fiz na Académica não foi em vão», relata o brasileiro, mostrando-se pronto para atacar o desafio:
«Estou preparado. Um jogador não deve ceder à pressão por jogar num Benfica, Porto ou Sporting. Claro que vou encontrar uma realidade diferente, mas acredito que terei também todo o apoio dos meus novos colegas para me ajudar.»
Apanhado na vertigem do mercado - foi negociado com o Sp. Braga antes de acabar no Benfica -, o lateral confessa que ainda não pensou bem naquilo que irá enfrentar assim que desembarcar na Portela: «Um batalhão de jornalistas? No princípio, pode ser um pouco assustador, mas não estou preocuado com isso. Estou é concentrado no meu trabalho.»
O defesa é, tal como o nosso jornal o apresentou em Janeiro passado, de uma humildade a toda a prova, mas reconhece ter feito uma boa época na estreia em Portugal: «Saí de cabeça erguida da Académica, fiz um grande campeonato, e chego ao Benfica para fazer o meu papel, trabalhar, e tentar procurar o meu espaço.»
«Siqueira? Acredito no meu valor...»
Contratado para suprir a provável saída de Siqueira, o ex-jogador da Briosa recusa entrar em comparações com o compatriota. «Ele deixou a sua marca no clube, o resto cabe às pessoas avaliar. Claro que fez uma grande temporada e é um belíssimo jogador, mas cada um tem o seu estilo. Acredito no meu valor e espero poder mostrar o meu futebol e contribuir para as vitórias do Benfica», deseja, prometendo muito empenho:
«Vou procurar fazer o melhor possível, tal como escutei o Sérgio, vou escutar Jesus, que, para mim, é o melhor trenador de Portugal. Tenho de estar preparado para ouvir aquilo que ele irá apontar-me e tomar isso como um incentivo para melhorar e ser cada vez mais forte.»
«Não posso estar acomodado. É uma enorme responsabilidade vestir a camisola do Benfica e não quero desperdiçar esta oportunidade. Por isso, vou trabalhar no duro, e fazer tudo para poder chegar ao final da temporada e voltar a dizer que saí de cabeça erguida.»
Jogar com o Estádio da Luz cheio, a puxar pelas águias, é algo que, confessa, está ansioso para conhecer... por dentro. «É uma pressão diferente, algo que motiva muito os jogadores. Sei que, se fizer bem as coisas e estiver sempre concentrado, terei os adeptos do meu lado», admite, acreditando que o estilo de jogo dos encarnados irá favorecê-lo:
«Há mais liberdade, é uma equipa que joga mais alto, vai com tudo para a frente, mas sei que também terei de estar atento lá atrás. Se conseguir fazer isso, como fiz na Académica, acredito que posso fazer algo de positivo.»
Carinho especial pela Académica e Sérgio Conceição
A páginas tantas, o lateral não resiste a evocar a tal entrevista ao Maisfutebol: «Tudo o que lhe contei foi o que se passou, a verdade absoluta. Não foi nada ensaiado ou pensado. Estou feliz pelo rumo que a minha vida está a levar. Só Deus sabe o que sofri no passado.»
Neste momento especial, faz questão de relembrar a importância que o pai teve na sua carreira. «Foi fundamental para eu estar onde estou. Nos momentos mais difíceis, foi um amigo, esteve sempre ao meu lado. Felizmente, posso agora retribuir tudo o que fez por mim. Penso, até, que ele estará neste momento ainda mais feliz do que eu.»
Djavan não se esquece também de quem lhe deu a mão na primeira etapa no nosso país. «Tenho um carinho muito grande pela Académica, pela forma como fui acolhido, por todos, desde o presidente, o diretor desportivo Luís Agostinho, os colegas, e, em especial, pelo Sérgio Conceição», refere, aprofundando um pouco mais a relação com o seu ex-técnico:
«Ajudou-me bastante. Chamava-me ao gabinete e aconselha-me sobretudo em termos defensivos, corrigia-me o posicionamento, e, graças a Deus, consegui superar muitas lacunas. Ensinou-me a ser mais equilibrado, a defender melhor, sem desperdiçar o meu ponto forte que é a minha força atacante.»