Teoricamente o sorteio não foi favorável ao Benfica: a Juventus é considerada quase unanimemente o mais forte candidato a vencer esta Liga Europa.

Uma final da Liga Europa, recorde-se, que tem a final precisamente em Turim. Sim, a Juventus tem uma oportunidade rara de jogar a final em casa.

A equipa italiana levantou-se do chão, de resto, depois da queda da segunda divisão em 2006 devido ao caso de corrupção no futebol italiano - o calciocaos.

Foi recuperando a força anterior nos cinco anos seguintes e caminha tranquila agora para a conquista do título italiano pela terceira vez consecutiva.

A Juventus tem nesta altura oito pontos de vantagem sobre a Roma e pode dar-se o caso até de festejar a conquista do título a meio da eliminatória com o Benfica: basta vencer os próximos três jogos e esperar que a Roma tropece numa dessas três jornadas.

Tornar-se tricampeão, já se vê, é uma questão de tempo.

Ora a recuperação do domínio do futebol italiano permite também recordar o regresso da grande Juventus.

A equipa italiana foi, por exemplo, a primeira equipa a ganhar as três provas europeias: Taça dos Campeões, Taça UEFA e Taça das Taças, num feito só igualado por Ajax, Bayern e Chelsea.

Tem ao todo onze títulos internacionais, o que a torna na quarta equipa europeia com mais troféus no futebol europeu, depois de Milan, Real Madrid e Barcelona. Foi eleito de resto o segundo melhor clube do séc. XX.

Depois de dois títulos consecutivos, ambos conquistados após a chegada de Antonio Conte ao comando técnico da equipa, a direção da Juventus surgiu apostada esta temporada em voltar a ser grande também na Europa. Para isso reforçou a equipa com nomes como Fernando Llorente e Carlitos Tevez, dois avançados de classe mundial. 

CONFIRA TODO O PLANTEL DA JUVENTUS 

Tevez e Llorente juntam-se a jogadores como Pirlo, Vucinic, Giovinco, Pablo Osvaldo, Arturo Vidal, Mauricio Isla, Marchisio, Simone Pepe e sobretudo Pogba, a nova estrela do futebol europeu. Ligeiramente atrás na defesa, a experiência de Chiellini, Cáceres, Bonucci ou Buffon.

O objetivo era naturalmente atacar a Liga dos Campeões, mas uma derrota em Istabum na última jornada da fase de grupos, frente ao Galatasaray, atirou a Juventus para a Liga Europa: foi terceira classificada do Grupo B atrás de Galatasaray e Real Madrid, tendo somado apenas uma vitória.

Na Liga Europa, aí sim, a Juventus impôs a força. Eliminou o Trabzonspor, a Fiorentina e o Lyon, tendo somado cinco vitórias em seis jogos: só não venceu em casa com a Fiorentina, tendo empatado. O Benfica vai portanto defrontar uma equipa que ainda não perdeu na Liga Europa.

O Benfica, curiosamente, também ainda não perdeu na competição.

Esta será a terceira vez que Juventus e Benfica se defrontam na Europa, sendo que, curiosamente, nas outras duas o vencedor chegou à final da prova. A primeira vez aconteceu nas meias-finais da Taça dos Campeões de 67/68 e o Benfica venceu os dois jogos (3-0 e 1-0), a segunda vez aconteceu na Taça UEFA de 92/93, o Benfica venceu na Luz por 2-1, mas perdeu em Turim por 2-0. A Juventus apurou-se para a final que venceu ao bater o B. Dortmund.

Até agora, portanto, em quatro jogos, o Benfica venceu três. 

Importa terminar por aí: para além de tudo o mais, trata-se de um jogo entre dois clubes clubes históricos do futebol europeu e por isso um jogo cheio de memórias.