A lesão de Morato e a falta de outras opções para o eixo defensivo escancarou as portas da titularidade a António Silva.

Nos últimos jogos, o defesa de 18 anos tem surgido ao lado do Nicolás Otamendi e deixado boas indicações, quer no campeonato português, quer nos jogos da Liga dos Campeões diante de Maccabi Haifa e Juventus.

A 27 de agosto, o castigo de Otamendi, as lesões de João Victor e de Lucas Veríssimo e a saída iminente de Jan Vertonghen contribuíram para que surgisse no onze dos encarnados na deslocação a casa do Boavista e em entrevista à BPLAY, plataforma do Benfica, António Silva recordou esse momento.

«O mister chamou-me e disse-me que eu ia jogar a titular. Eu estava à espera de poder ser também um dos eleitos porque na altura não sabia quem ia jogar, mas estando o Nico [Otamendi] de fora percebi que podia ser a minha oportunidade e estava ansioso para saber se ia jogar ou não. Quando o mister me disse, foi uma explosão de alegria. Acabei por ligar logo aos meus pais a seguir e fui muito tranquilo para o jogo. Sabia que tinha tudo para correr bem porque trabalhei estes anos todos para estar na equipa A do Benfica e só podia correr bem», disse.

A meio da semana passada, diante da Juventus, António Silva deu que falar pela forma como protegeu João Mário durante a celebração do primeiro golo do Benfica e enfrentou Leonardo Bonucci, capitão da Vecchia Signora e nome consagrado do futebol europeu.

«Toda a gente sabe do historial que o Bonucci tem no futebol europeu, mas dentro de campo não se liga a nomes e o mais importante é defender o Benfica e foi isso que eu tentei fazer», vincou o jovem futebolista.

A serenidade em campo tem sido um dos aspectos mais notados na postura de António Silva, que explicou o que suporta esse equilíbrio emocional. «Sinto que para trabalhar da melhor maneira tenho de ir o mais calmo possível para as coisas me correrem bem. Entro nos jogos super-tranquilo, porque sei que se estou a jogar no Benfica é porque tenho qualidade. E tendo qualidade tem tudo para correr bem dentro de campo e também com os colegas excecionais como eu tenho, as coisas acabam por correr bem», disse.

Até agora, tem sido poucos os erros a apontar ao novo talento saído da formação encarnada, mas António Silva está consciente de que haverá momentos em que as coisas não vão correr bem. «Sei que um dia vou errar e que não vou estar sempre perfeito, mas também tenho o chip ligado para dar a volta por cima quando isso acontecer», disse quem se define também como um adepto «ferrenho» das águias.

«Ser Benfica é algo excecional. Sente-se aqui uma coisa tão intrínseca que é algo que me deixa muito orgulhoso. E eu, sendo benfiquista ferrenho, e poder ajudar o meu clube a estas conquistas, é algo que nunca pensei que ia conseguir, mas que me deixa extremamente orgulhoso.»