Rui Costa referiu, na nota que acompanha o Relatório e Contas, que o Benfica não corre o risco de ficar sob pressão de incumprimento dos critérios financeiros da UEFA porque os capitais próprios da SAD são muito consistentes, o que é verdade.
Mas isto não explica outro dado preocupante para a SAD encarnada: em cinco anos, esses capitais próprios caíram para metade. Ou seja, em 2020 o Benfica apresentava capitais próprios positivos em 161,1 milhões de euros, enquanto a 30 de junho estes tinham caído para 81,9 milhões. O que significa que são agora praticamente 50 por cento do que eram.
A diminuição tem sido consistente ao longo dos últimos cinco anos, mas as maiores quedas aconteceram em dois anos já da administração liderada por Rui Costa: em 2022 os capitais próprios diminuíram mais de 34 milhões e nesta última temporada caíram cerca de 31 milhões de euros.
Ora esta diminuição dos capitais próprios acontecem mesmo apesar da SAD encarnada ter apresentado ao longo dos últimos cinco anos um aumento do ativo, que passou de 487,1 milhões de euros em 2020 para 565,2 milhões agora em 2024.
O aumento do ativo tem sido consistente ao longo dos anos e traduz um crescimento de 88,1 milhões em cinco anos.
No entanto, e aqui é que está o problema, o passivo tem aumentado a um ritmo mais elevado: em 2020 era de 325,9 milhões de euros, hoje é de 483,4 milhões. O que significa que em cinco anos o passivo aumentou 157,5 milhões de euros.
No total da rubrica de passivo destaca-se o aumento de gastos operacionais, que passaram de 211,7 milhões de euros em 2020 para 252,2 milhões agora. A maior fatia de gastos operacionais, de resto, está alocada a gastos com o pessoal (110 milhões de euros, que na última temporada caíram 4 milhões em relação ao ano anterior) e a fornecimentos e serviços externos (86,4 milhões).
Igualmente preocupante, refira-se, é o aumento consistente ao longo dos últimos cinco anos da dívida bancária, que atinge agora o maior valor de sempre: 222,2 milhões de euros. Em 2020 era de 98 milhões de euros, o que traduz um aumento em cinco épocas de 124,2 milhões de euros.