Do sonho ao pesadelo. É dessa forma que Bernardo Silva recorda a época em que chegou à equipa principal do Benfica… e percebeu que Jorge Jesus não contava com ele para a equipa principal.

Em entrevista ao jornal espanhol El País, o médio português do Manchester City foi questionado como foi a sua evolução até chegar a «um dos melhores jogadores do mundo».

«Quando me subiram à equipa principal do Benfica, com 19 anos, não foi fácil. Desde muito novo que o meu sonho sempre foi jogar no Benfica, era a equipa do meu coração. Era ali que queria estar, mas quando cheguei percebi que o treinador não contava comigo», começa por dizer.

Na sequência, o jornalista perguntou se era verdade a «lenda» de que Jesus o colocara «a lateral-esquerdo durante um treino.»

«Não foi um treino. Foi durante toda a pré-época, nos jogos particulares. Vinha da formação com a intenção de ficar na equipa principal. Mas o treinador não contava comigo, colocou-me a lateral-esquerdo, só joguei um jogo no campeonato e no final da época disse-me que queria que eu fosse mais um ano para a equipa B», recorda, falando da decisão tomada em sair para o Mónaco.

«Como senti que essa não era a melhor opção para mim, decidi sair e encontrei o Mónaco. Na minha primeira época lá, ficámos em 3.º, chegámos aos quartos da Champions e aprendi com jogadores como Tiago, Carras, Moutinho, Ricardo Carvalho, Fabinho… entre isso e ficar na equipa B do Benfica, acho que foi melhor sair, não?», questionou.

Outro dos temas abordados na entrevista foi a altura de Bernardo e como a determinada altura da carreira, o médio achou que  isso podia condicionar o futuro como jogador

«Quando não jogas aos 14 ou 15 anos, duvidas sempre. Muitas vezes, eu não jogava porque era mais pequeno do que os outros. Quando cheguei à equipa B do Benfica comecei a acreditar que podia chegar a profissional, mas nunca imaginei que chegaria ao nível da Premier League e muito menos ao Manchester City.»

Bernardo confessa que para não desistir foi buscar inspiração à equipa então treinada… por Guardiola.

«Eu era sub-17 quando começou a época do Barcelona de Guardiola. Ver jogadores como Messi, Iniesta e Xavi deu-me força para continuar. Porque eu não jogava por ser mais pequeno que os meus colegas e ver a melhor equipa do mundo do momento e ver jogadores que eram quase da minha altura… O mais importante no futebol é o cérebro, as decisões que um jogador toma», defende.